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‘Curva da vida’ de Francisco Vale marcada por perdas: “Fechei os olhos e deixei o carro ir”

"Comecei a pensar: ‘Que homem sou eu que não consegue sair desta situação?’”

Ana Ramos
6 min leitura
TVI

Na gala do “Big Brother” deste domingo, na TVI, Francisco Vale revelou vários momentos que o marcaram na ‘Curva da vida’.

O concorrente começou por contar que tinha “alguns problemas na escola com os mais velhos”: “Vários momentos marcados na minha cabeça que eu tento ao máximo esquecer”.

Francisco Vale confessou que lhe batiam e que era “obrigado, basicamente, a ficar intacto e a levar por todos os lados”: “Chegava a casa, tentava fazer com que eles não percebessem anda, porque eu sabia que ia destroçar a minha mãe. Sentia-me um cagão porque eu não me protegia. Levas uma, levas duas, levas três, levas quatro, à quinta, já não queres saber, já estás habituado”.

Dos 12 aos 20 anos, Francisco Vale teve um período “muito difícil”, marcado pela perda de vários familiares: “Não conseguia perceber, na altura, como é que isso acontecia”.

“Foi muito difícil, para mim, lidar. Sentia que as pessoas que estavam ao lado de mim estavam a ir, uma a uma. Passei dias e dias num sótão, fechado, sem querer comer, sem querer falar. A minha mãe tentou levar-me a um psicólogo. Fui lá uma vez e disse-lhe ‘não quero mais’. Sinto que estou a dar parte fraca, sinto que não sou capaz. Sinto-me envergonhado porque parece que não sou capaz de resolver as minhas coisas por mim mesmo”, relatou Francisco Vale.

Por volta dos 18 anos, Francisco Vale teve a sua primeira namorada a sério: “Sentia sempre que era mais apego do que paixão. Este relacionamento durou quatro anos, mas eu, ao fim de dois e meio, já estava a começar a sentir que não ia ser a mulher da minha vida. Não estava feliz, não estava bem”.

“Eu afastei-me de tudo, era tão complicado… Chegava a uma altura em que eu amava tanto, tanto a família dela, só que eu sentia que não a amava tanto. Tento tantas saudades do irmão dela e não tenho saudades nenhumas dela”, confessou Francisco Vale.

“Lembro-me de tentar terminar o nosso namoro umas duas ou três vezes e ela dizia que, se eu o fizesse, que se ia matar. Comecei a pensar: ‘Que homem sou eu que não consegue sair desta situação?’”, recordou Francisco Vale.

“Até que houve um dia que, depois de vir da casa dela, pensei: ‘Só há um jeito de sair desta situação’. Fechei os olhos e deixei o carro ir… o carro bateu na rotunda e, de alguma forma, parou sozinho junto à valeta. Fiquei a chorar ali umas horas e pensei: ‘Olha, é porque Deus não quer que eu vá já’. Nunca contei isto aos meus pais. Tenho muita vergonha disto”, admitiu Francisco Vale, emocionado.

Francisco Vale terminou com a namorada de então quando ela foi de Erasmus: “Disse-lhe por videochamada e pronto, acabou”. Durante este tempo, faleceu o seu último avô e foi-lhe diagnosticada uma depressão: “Tomei medicação durante um ano”.

Mais tarde, Francisco Vale conseguiu encontrar o amor: “Senti mesmo como se fosse, mais uma vez, Deus a dar-me um presente, a dizer ‘olha, tu passaste por tanta m*rda, toma lá uma coisa boa na tua vida para ver se arrebitas’”.

“Esta miúda era completamente o contrário desta. Fazia-me muito bem, fui muito feliz. Enquanto aqui só trago coisas que quero muito esquecer, aqui trago coisas que quero muito lembrar. Acabou porque havia coisas que, numa relação, são muito importantes: a comunicação, a paciência”, lembrou Francisco Vale.

Francisco Vale referiu também que, enquanto o seu pai trabalhava como empreiteiro, a sua mãe estava por casa a cuidar dos filhos: “Foi sempre ela que esteve lá para mim. Devo-lhe tudo. Acho que só lhe disse que amava uns dias antes de vir para o programa”. “Foi uma sensação de arrependimento por nunca me ter chegado à frente. Sei que eles não são de o dizer, mas não é por isso que eu não o posso fazer”, continuou.

Já em conversa com Cristina Ferreira, durante a gala, Francisco Vale falou sobre a ligação com a mãe: “Eu e a minha mãe temos uma ligação complicada, muito forte, mas complicada. Andamos sempre às turras um com o outro, mas sabemos que nos amamos um ao outro”. Francisco Vale contou que disse à mãe que a amava por mensagem, “ainda por cima”: “Nunca tinha dito ‘gosto de ti’, nem ‘te amo’”.

“Amo muito a ela e amo muito o meu pai. Amo-vos muito a todos”, disse, em lágrimas, pedindo desculpa por “não ter a força necessária para o dizer cara a cara”.

Veja aqui e aqui o momento.

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