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Cristina Ferreira é defendida: “É através da roupa que nos apresentamos ao mundo”

"Está aqui tudo o que penso", diz Cristina Ferreira.

Duarte Costa
3 min leitura
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Raquel Costa, diretora-executiva da Magg e autora da página A Gaja, traçou uma opinião sobre o look utilizado por Cristina Ferreira na Festa de Verão da TVI. A diretora de Entretenimento e Ficção do canal concordou em absoluto: “Se puderem ler… Está aqui tudo o que penso“.

Sensual vs. Sexual. Depois de uma primeira reação ao look de Cristina Ferreira, pus-me a refletir sobre essa mesma reação. Sobre os motivos irracionais de uma reação que foi essencialmente de incómiodo. E percebi que o incómodo se escondia na dialética sensualidade vs. sexualidade e num preconceito internalizado. O meu preconceito (e estou apenas e só a falar sobre mim)“, lê-se no início da publicação.

Um decote é sensual. Uma cueca à mostra é sexual. Um é sedução, outro é sexo. E nenhum é melhor ou pior do que outro. Então porquê o incómodo? Talvez porque eu também tenha preconceito em relação à explicitude, apesar de pregar exatamente o contrário. Talvez eu também tenha uma série de ideias pré-concebidas sobre o que é que uma mulher pode ou não fazer, dizer e vestir, sem que isso ponha em causa a ideia que tenho dela“, considerou.

Pode uma mulher a partir de determinada idade usas determinadas coisas? E quem é que define esse limite senão nós, as mulheres? A partir de que idade é que deixamos de ser sexuais para passarmos a ser sensuais, e por aí fora, até nos tornarmos avós assexuadas? Se não há limites de idade para a virilidade, veja-se o caso de Al Pacino e Robert de Niro, pais aos 80, porque é que nós, mulheres, temos de fazer equivaler fertilidade a desejo sexual?“, questionou.

O mais provável é que Cristina Ferreira tenha usado este look só porque sim, sem nenhuma intenção que não a de o usar. Mas já serviu para refletir sobre os meus preconceitos. A roupa nunca é só roupa, é através dela que nos apresentamos ao mundo. E a ideia que criamos sobre os outros, a forma como projetamos os nossos desejos, repúdios e preconceitos, é baseada, ainda que superficialmente e no imediato, na roupa. E no que está no exterior“, referiu.

Até que idade podemor ser sexuais? Há uma prazo de validade? Uma mulher numa posição de poder tem de se tornar um ser assexuado para vingar num mundo dominado por homens? Porque é que a sexualidade não pode ser apenas estética e não ser interpretada como um convite a algo? E os homens, não podem ser igualmente exuberantes, sensuais, sexuais e criativos sem que isso acarrete preconceitos?“, acrescentou ainda Raquel Costa.

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