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Cláudio Ramos já se imagina avô e faz uma longa reflexão sobre a filha Leonor

Duarte Costa
5 min leitura
Fotografia: Blogue 'Eu, Cláudio'

A filha Leonor ainda tem 16 anos, mas o apresentador de televisão já imagina o momento em que será avô.

O verão de 2020. Quando um dia tiver netos, vão de certeza rir-se muito quando a mãe os levar a veranear e lhes contar como eram as férias dela com o avô Cláudio“, lê-se na legenda de uma fotografia que partilhou no Instagram, esta terça-feira, e na qual surge com a jovem.

No mesmo dia, no blogue pessoal, Cláudio Ramos publicou também uma série de fotografias com a filha e uma outra reflexão. No caso, também ela sobre o crescimento da filha e do dia em que, se calhar, esta já não irá querer ir de férias com ele, mas sim com uma outra companhia.

Ora leia:

Escrevo-vos no areal. Estou sentado na areia, com o telefone na mão a escrever, ao longe a Leonor faz poses para fotografias com a prima. Todos os anos há uma novidade. A deste ano, são as várias mudas de roupa que uma e outras trazem para a praia deserta que descobrimos e para onde vimos ao final do dia para fazerem várias fotografias.

Passam horas nisto, é natural. Estão de férias! Estamos nas férias da Leonor. Continuarão a ser sempre as férias da Leonor. São escolhidas por ela, com quem ela quer e onde ela quer, dependendo as várias propostas que lhe vou enviando quando a data se aproxima. Nos horários tento ser rigoroso, mas é complicado. A Leonor cresceu! Mantemos esta tradição de férias ‘a dois’ – que quando se tornou adolescente passaram a ser a mais, por conta da prima, das amigas e do que a fizer feliz.

Fazemos isto todos os anos desde que me separei. Já lá vão uns anos valentes. De vez em quando olho para ela, ali dentro de água, e penso ‘E para o ano?’ Fico sempre com a sensação de que o seu crescimento vai um dia impossibilitar, por algum tempo, a vontade de estarmos juntos tantos dias de férias, porque aos 16 anos as prioridades dela são outras e aos 17 serão outras, e depois outras…

Eu tenho a noção disso, eu sei que é a lei natural das coisas e há um lado que grita ‘ainda bem que assim é’, porque quero uma filha independente, de livres escolhas e vontades, mas há também o outro lado, que se vai apagando e que recordo com saudade porque gostava de a ver à minha procura com os olhos muito abertos quando saía da água, meio perdida e a precisar de uma toalha para aquecer o corpo e limpar os olhos… Sinto saudades disso.

São saudades boas, mas são saudades e todos os pais percebem o que quero dizer. As fotografias que tenho em papel revelam que o tempo não é generoso com as saudades, nem se apercebe das coisas que nos vai fazendo. Mas ao olhar para estas imagens que registamos este ano vejo também o generoso que foi com a minha vida e com relação que tenho com ela. Isso é o mais importante. Ela a crescer e eu aqui. Ao seu lado, de olhos postos no que vai acontecendo, a vê-la crescer e a ganhar maturidade.

Durante as férias, farei sempre o que devem fazer todos os pais. Tenha ela a idade que tiver e mesmo que se irrite comigo, vou dizer mil vezes para passar protector solar no corpo, que o chapéu tem de estar na cabeça, para dar descanso ao telemóvel, que não quero que coma um gelado todos os dias, que tem que ser mais despachada no banho e arrumada nas coisas que ficam espalhadas…

E ela, estou convencido, vai sempre dizendo que sim e fazendo a conta dela. A mim, cabe-me perceber as regras deste jogo, que é educar uma adolescente. Não sei em que dia ela me dirá ‘pai, este ano vou com as minhas amigas no Verão, não posso ir contigo!‘ Não sei quando chegará esse dia. Mas sei que vai chegar. Como diz a minha amiga Luísa Castel-Branco, os filhos são do mundo. Só nos estão emprestados. A certa altura da vida, ficamos um tempo sem eles, porque precisam de espaço… Vão e voltam. Se os soubermos esperar e receber, voltam.

(Texto e fotografias AQUI)