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Caso de violência doméstica entre jornalistas da TVI gera tensão

A. Oliveira
4 min leitura
Reprodução Instagram

O jornalista da TVI, Emanuel Monteiro, surpreendeu os seus seguidores quando, em 2018 revelou, através das suas redes sociais, que foi vítima de violência doméstica. Na publicação, o membro da equipa de investigação de Alexandra Borges garantia que vivia assustado por partilhar o mesmo espaço de trabalho com o agressor, André Carvalho Ramos. 

Agora, o Ministério Público avançou com a acusação formal contra André Carvalho Ramos, também jornalista da TVI, com quem Emanuel Monteiro manteve uma relação amorosa durante dois anos. De acordo com o jornal SOL, o caso irá agora para as barras dos tribunais com André Carvalho Ramos a aguardar atualmente pelo julgamento com termo de identidade e residência.

É, aliás, por causa da chegada do processo a tribunal que o clima de tensão na redação da TVI se tem agravado, uma vez que ambos os jornalistas arrolaram muitos dos rostos da estação como testemunhas. No entanto, André Carvalho Ramos indicou também antigos colegas de redação da RTP e do Correio da Manhã, onde trabalhou.

À TV 7Dias, a diretora de Comuncicação do grupo Media Capital, Helena Forjaz, garantiu que não há nenhum clima de tensão no seio da redação, uma vez que “assuntos de vida privada só são comentados pela TVI se tiverem impacto no ambiente laboral e no desempenho profissional dos colaboradores. Nem uma coisa nem outra estão a acontecer”.

Certo é que na acusação do Ministério Público, a que o jornal SOL teve acesso, são relatados vários episódios de violência, alguns dos quais infligidos em público. André Carvalho Ramos terá também ameaçado o ex-companheiro, numa altura em que ainda estavam juntos, de morte.

“O arguido incorreu na prática em autoria material de um crime de violência doméstica” e, por isso,  “requer que seja arbitrada uma quantia a título de reparação pelos prejuízos sofridos ao ofendido”, pode ler-se no documento do Ministério Público que acrescenta que André Ramos está sujeito ao termo de identidade e residência “por não se afigurar necessária a aplicação de medida de coação mais gravosa”.

Recorde-se que Emanuel Monteiro escreveu em junho de 2018 nas suas redes sociais que: “Fui vítima de violência doméstica durante mais de um ano, de forma consecutiva e, a cada episódio, mais grave. Começou com um estalo e acabou com um espancamento, dentro da minha própria casa. Foi no dia do meu aniversário. Estava sem telemóvel, trancado, impedido de fugir ou de pedir ajuda. Estive à espera, durante todos os minutos daquelas três horas, que o agressor abrisse a gaveta da cozinha e de lá tirasse uma faca para acabar com o pouco que ainda restava de mim”, começou por escrever.

“Fiquei gelado de medo, morto de espírito enquanto era agredido sem dó, nem piedade. Não consegui, sequer, defender-me. Foi o pior que me aconteceu na vida, mas, felizmente, ao contrário do Miguel, fiquei cá para contar a história. Hoje, o agressor está muitas vezes, muitas horas, a 3 metros de mim. E tem tanto em comum com o desta história horrível. Às vezes, ainda tenho medo, muito medo”, revelou o jornalista.