fbpx

Carlos Moedas confrontado: “Escondeu os sem-abrigo?”

"Atacaram-me de uma maneira que foi de tal ordem mentirosa", disse Carlos Moedas.

Ana Ramos
5 min leitura
Instagram

Carlos Moedas foi um dos convidados desta sexta-feira, na emissão especial da TVI sobre a Jornada Mundial da Juventude, e foi questionado por Manuel Luís Goucha sobre as várias polémicas que envolveram este evento.

A dada altura da conversa, o apresentador perguntou ao presidente da Câmara Municipal de Lisboa: “Escondeu os sem-abrigo?”.

“Custou-me mesmo muito… porque nós, todas as quartas-feiras, fazemos uma limpeza na Almirante Reis por sujidade, coisas que estão ali e que vão ficando na rua e nós fazíamos sempre isso. Pedíamos aos sem-abrigo e os sem-abrigo agradecem e o meu sonho não é que eles estejam lá, é levá-los para outro sítio, é conseguir mudar”, começou por referir Carlos Moedas.

“Atacaram-me de uma maneira que foi de tal ordem mentirosa, ofensiva… de algo que eu não fiz! Eu fui lá nessa mesma tarde. Os sem-abrigo estavam lá, estavam a agradecer que a rua estava limpa e foram filmar quando eles desviaram para limpar aquilo que se tem de limpar”, continuou Carlos Moedas.

“Cá está, a política no seu pior… a mentira, a manipulação… Entristece-me”, comentou o autarca, referindo que “nunca” se habitua a este tipo de situações porque não tem “pele de elefante”.

“Dói-me tudo, dói-me o corpo, dói-me a alma… Eu, que investi, este ano, sete milhões nas pessoas sem-abrigo, tenho quase 400 casas para ter essas pessoas, o quartel de Santa Bárbara, que, de repente, o Governo dizia para eu sair e eu dizia ‘não, eu quero lá ficar’… Portanto, eu tenho trabalhado tanto em prol das pessoas em situação de sem-abrigo que aquilo perfurou-me o estômago e fico triste quando isso acontece”, acrescentou Carlos Moedas.

Contudo, Carlos Moedas garantiu que “isso está tudo ultrapassado”: “O Papa, ontem, ali atrás do palco, dizia-me ‘Obrigado aos lisboetas’, porque eu lhe dizia ‘Eu estou aqui, mas não sou eu, eu só represento’. E ele disse ‘Então, representas os lisboetas? Obrigado a cada um deles! Gostava de os tratar pelo nome’. E foi um momento em que eu senti realmente a representação que sou, que sou os lisboetas. E, portanto, estas situações que vão acontecendo na nossa vida política acontecem”.

“Há uma coisa que quem me conhece sabe: Eu venho por bem e, portanto, tentar diabolizar a figura do Carlos Moedas é quase uma impossibilidade”, afirmou.

Carlos Moedas falou ainda da quantidade de pessoas que Lisboa recebe por estes dias: “Eu acho que no que nós vimos, nas fotografias que vimos, o número já não interessa porque ele ultrapassa tudo”.

“Nunca ninguém pensou… Muitos diziam: ‘Não vai caber, não vai acontecer’. Vejam o trabalho que estamos a fazer nas ruas. As ruas estão limpas”, comentou.

Carlos Moedas recordou ainda o dia em que foi conhecer o espaço onde foi construído o altar-palco: “Fui lá e aquilo era uma lixeira. Assustei-me. Como é que eu, em um ano e meio, vou conseguir?”.

“No meu íntimo, naquele momento, estremeci e, depois, hoje, ir lá e ver que aquele parque está feito. Nós fizemos, pela primeira vez desde há 25 anos com a Expo, fizemos cidade, fizemos um bocado de cidade, só que tem uma diferença: é uma cidade verde”, adiantou Carlos Moedas, explicando que o espaço verde daquele local é regado “com água usada da estação de Beirolas e isso é uma vitória muito grande”.

“Ficamos ali com um parque aberto em que vamos ter espetáculos, piqueniques. O palco é absolutamente maravilhoso. (…) Vai ficar com algo que é uma imagem, não geométrica, que é a fusão entre a relva, o rio, a ponte que está lá atrás e é um movimento quase orgânico de uma pala que vai dar uma vida àquele parque, é essencial àquele parque porque o parque não pode ser só um espaço vazio”, descreveu ainda Carlos Moedas, indicando que a pala “vai ficar ali com o símbolo do que se passou, mas, sobretudo, com um potencial para fazer muitos espetáculos futuros”.