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Big Brother. Quintino Aires critica apresentadores após conversa com pai de Bruno: “Lamentável!”

Tiago Ferreira
4 min leitura

Quintino Aires continua implacável deste que saiu do leque de comentadores do ‘Big Brother’.

Quintino Aires foi afastado do papel de comentador do ‘Extra’ do ‘Big Brother’ e, desde então, tem usado o espaço cedido pela revista TV Guia para dar a sua opinião sobre os envolvimentos do reality show da TVI.

Na edição desta semana, o comentador da CMTV deu a sua opinião sobre a forma como os apresentadores tratam do assunto da homofobia por parte do pai do concorrente Bruno.

“Fali. Mais uma vez nas galas do ‘Big Brother’. Recebi uma mensagem de uma amiga, que me perguntava se estava a ver a gala. Achou curiosa a relação do Bruno com os pais. Interrompi o episódio da série que estava a assistir, mudei de canal e voltei atrás, e vi duas vezes. Lamentável!”, começou por dizer.

“Perdeu-se uma excelente oportunidade de ajudar centenas de pessoas em Portugal. O pai do Bruno bem tentava, repetindo várias vezes, que depois do choque no momento tem tentado falar abertamente com o filho. Mas este sempre fugia, mesmo quando o pai tentava por telefone. E a emoção de um pai que se sente impotente perante o muro intransponível que o filho lhe impõe percebia-se no seu rosto”, continuou Quintino Aires.

“Os apresentadores, empenhados que estavam em corrigir e orientar aquele pai, nem conseguiam ouvir o que ele lhes dizia. O pai repetia que tentava falar com o filho, mas que este não aceitava. E os apresentadores insistiam que ele tinha de respeitar, que não era uma escolha do filho. Lamentável perder esta oportunidade. Há quase uma década que digo e escrevo que hoje a homofobia está mais dentro da cabeça de quem está homo-orientado do que em quem os rodeia”, acrescentou o comentador.

“A narrativa de vítima, o discurso de agressões que imaginam ser-lhes exclusivo, empurra muitos homossexuais para guetos de sofrimento e de afastamento social e afetivo que me corta o coração. Já estamos longe do tempo, como aquele em que eu vivi a minha juventude, quando os amigos partiam para outros países depois de escutarem os pais dizerem que aos paneleiros se enfia um peixe pelo c* e se puxa com força para sentirem as espinhas. O tempo em que ao sair da discoteca à noite, no Príncipe Real, havia sempre o risco de a Polícia levar alguém para a esquadra e bater, sem qualquer consequência para os agentes. Mas o mundo mudou”, sublinhou ainda Quintino Aires.

“A homofobia ficou retida na cabeça de alguns homossexuais, numa narrativa que os afasta das próprias famílias. Aquele pai quis dizer que desejava conseguir falar com o filho. Era preciso ter dito àquele filho que tivesse coragem e falasse com o pai. Àqueles filho e pai, e às muitas centenas de pais e filhos que estavam a assistir. Mas perdeu-se a oportunidade. Que pena”, finalizou.

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