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Associações pedem esclarecimentos sobre alegadas declarações da Endemol

A Televisão
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Big Brother Vip

O caso que alegadamente afastou Daniel Martins da primeira edição do Big Brother VIP, que segundo as informações avançadas pela TV7 Dias e noticiadas pel’ A Televisão, que davam conta que «a convivência social com alguém que é seropositivo é tolerável, já a convivência numa casa não é», levaram o Fórum Nacional Sociedade Civil (FNSC) a emitir um comunicado sobre a hipotética discriminação.

A razão apontada por uma fonte próxima da produtora para o afastamento de um dos participantes de um programa de televisão, « são evidência de profunda ignorância da realidade científica da infeção pelo VIH,  suas formas de transmissão e de não transmissão, ignorância que  não é admissível da parte de empresa com pretensões de grande  visibilidade e influência junto do público em geral e gerida por pessoas com responsabilidades sociais acrescidas», pode ler-se no comunicado.

«Estando definitivamente consagrado que só há transmissão por relações sexuais não protegidas, partilha de material para  utilização de drogas, transfusões ou administração de sangue  ou derivados contaminados ou de mãe para filho e que a  utilização, em comum, de espaços e utensílios domésticos NUNCA foi  causa de qualquer transmissão do VIH e porque não se espera que a ENDEMOL esteja a incentivar aqueles comportamentos de  risco nos seus programas televisivos, tais declarações só podem  ser fruto de uma atitude profundamente preconceituosa e  discriminatória», refere o FNSC e acrescenta: «que, com tais declarações, se está a declarar a ‘morte civil’  e social das pessoas que vivem com VIH, quando se considera  inaceitável a sua convivência doméstica com pessoas com estatuto serológico desconhecido.»

Para a FNSC «para além do profundo desrespeito pelos direitos e pela dignidade de  todas as pessoas que vivem com VIH estas declarações são  desastrosas em termos de confundimento da opinião pública,  hipotecam o trabalho desenvolvido pelos organismos  internacionais e nacionais responsáveis pela epidemia,  profissionais de saúde e associações que, no terreno, se esforçam e lutam pela contenção da infeção e para a integração  social e igualdade de tratamento dos que com ela vivem. Desconhecerá a ENDEMOL o objetivo, das Nações Unidas, dos Três  Zeros? Zero novas infeções, zero mortes por Sida e zero casos de  discriminação?», questionam.

Entre as associações signatárias encontram-se as ONG como a Acompanha, a AJPAS,a APDES,a APF ,a Bué Fixe, a Cáritas, a Fundação Portuguesa para a Comunidade Contra a SIDA ,a GAT,a Médicos do Mundo,a Positivo e a SER+ que «apelam à Procuradoria Geral da República, ao Provedor de Justiça e ao Diretor do Instituto  Nacional para a Reabilitação para que, no exercício das suas funções e  competências, averiguem a origem de tais declarações de carater  público e sancionem os seus autores nos termos da Lei.»

Recorde-se que o relações públicas do Porto, que prometia relações problemáticas no reality show, conforme noticiado pel’ aTV, já emitiu um comunicado, através da sua advogada Célia Santos, em que avança que vai processar a Endemol.

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