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Vítor Emanuel fala sobre a fama e a queda na carreira de ator

Renata Cunha
4 min leitura
SIC

Numa grande entrevista a Júlia Pinheiro, o ator Vítor Emanuel falou, pela primeira vez, sobre as dificuldades que enfrentou nos últimos tempos e que o levaram para longe das câmaras. 

Através de uma “conversa sem segredos”, o ator revelou como passou da fama para uma vida “conturbada”. Há mais de 25 anos a trabalhar em televisão, o ator ficou conhecido pela sua perfomance na ‘Quinta das Celebridades’ ao lado de Júlia Pinheiro. No entanto, a vida não foi sempre fácil e, por isso, Vítor acabou por ser abandonado pelo mercado.

A apresentadora da SIC começou por relembrar os tempos em que gravaram o programa da TVI, juntamente, com “um burro e um peúga”. “Foram os tempos mais divertidos que eu tive na minha vida profissional porque era uma espécie de tango a dois”, recordou.

De criança que fazia muitas asneiras, Vítor Emanuel entrou no teatro aos 15 anos por sugestão de um amigo. Aos 17, fez a sua primeira estreia no teatro, sendo considerado o ator revelação do ano. Mais tarde, a partir de um casting, foi escolhido para fazer o ‘Clube Disney’, onde passou a ser “uma estrela em ascensão” reconhecida por todos.

“Tu eras de repente uma vedeta e isso, como tua amiga, deixa-me dizer que não foi a melhor maneira de começar”, confessou Júlia. “Se calhar não. Para um rapaz da minha idade, que não vinha de famílias ricas e que não tinha grande conhecimento do meio, tudo era novo, tudo era fantástico e tudo era brilhante”, concordou o ator.

No início da sua carreira, com apenas 21 anos, Vítor começou a ganhar muito dinheiro, dando-lhe a sensação de “ter o mundo na mão”. Apesar disso, o ator assumiu que teve sempre o apoio dos pais. “Lembro-me, perfeitamente, de uma época em que o meu pai me disse: ‘porque é que não pegas em parte deste dinheiro e compras uma casa?'”, relembrou o ator, assumindo que o pai tinha razão.

Questionado por Júlia sobre se era feliz, Vítor não hesitou em confirmar. “Eu estava tão iluminado e tão fantástico com tudo o que tinha que isso trazia-me felicidade. Consegui dar aos meus pais tudo o que me apeteceu e isso deixava-me ainda mais feliz”, confessou.

Entre novelas, peças de teatro e séries, Vítor foi crescendo cada vez mais. Até chegar o dia em que os convites começaram a escassear  e, por isso, as dificuldades económicas aumentaram. Sem dinheiro e depois de ter enfrentado dois divórcios, Vítor acabou por ter uma depressão. “Tive um ano a tomar antidepressivos, ansióliticos e SOS para ataques de pânico”, afirmou.

O ator, que compôs várias personagens, não escondeu a tristeza e a mágoa que sentiu todas a vezes em que as pessoas, na rua, o questionaram sobre a sua ausência na televisão.

Mais tarde, o nascimento da primeira filha, Leonor, coincidiu com a falta de trabalho, o que aumentou a sua revolta. Para sobreviver, Vítor teve de trabalhar nas obras, durante um ano. “Todos os dias, verão e inverno, a ganhar 40 ou 30 euros por dia e quando tinha trabalho”, afirmou.

Apesar de ter tido poucas oportunidades de trabalho nos últimos seis anos, o ator nunca deixou que nada faltasse aos seus filhos. “Só quero trabalhar”, rematou Vítor enquanto se emociona ao pensar no passado.

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