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Suzana Garcia em lágrimas: A morte do pai, abortos e os casos polémicos que defendeu

Vanessa Jesus
5 min leitura

Suzana Garcia foi entrevistada por Júlia Pinheiro, esta sexta-feira, na SIC. A advogada recordou a infância, a morte do pai, alguns casos polémicos que defendeu e os abortos que sofreu.

Suzana Garcia foi entrevistada por Júlia Pinheiro na SIC. A advogada recordou a infância, a morte do pai, alguns casos polémicos que defendeu e os abortos que sofreu.

Infância e adolescência

Suzana Garcia nasceu e cresceu em Maputo. Porém, não esqueceu as viagens que fazia a Portugal quando ainda era criança.

Recorda-se de comer ‘bombocas’ na Avenida da Liberdade, em Lisboa, e de se virar para o progenitor e dizer: “Papá, quando crescer quero ter um escritório aqui”. A advogada garantiu que teve uma “infância muito feliz, rica e descomprometida“.

Aos seis anos, Suzana Garcia foi para um colégio interno na África do Sul, porque tinha que ser “disciplinada”. Esteve lá durante seis anos e mais lhe pareceu uma eternidade.

Fiquei zangada com ela (mãe) e magoada com o meu pai, como qualquer criança com seis anos ficaria“, disse. Durante esse tempo só recebeu a visita da progenitora, mas hoje entende-os.

Hoje, o meu pai é a maior presença da minha existência“, garantiu. Vieram depois para Portugal, mas sentiu uma dificuldade enorme em falar português e teve que aprender com uma tia antes de entrar para a escola.  Entrou depois no colégio do Ramalhão e não poupa nos elogios pela forma como foi tratada.

Suzana Garcia Julia Sic 1

Morte do pai

“Falo 8 línguas e 3 dialetos”, disse. Apesar de querer ser advogada desde criança, considerou que o curso foi uma “seca”.

O tempo que esteve na Universidade não namorou, pois fez uma aposta com a tia, e não lhe custou nada. “Eu não sou a mulher que sou se não tivesse passado aquilo que passei”, acrescentou.

O final do curso foi o mais trágico da minha existência“, disse em lágrimas, recordando que o pai morreu com cancro no estômago quando ela tinha 22 anos.

Sempre o considerei o meu porto de abrigo e eu não sabia como ia ser. Eu tive medo, muito medo. Tive medo, senti-me desamparada“, disse Suzana Garcia, salientando ter pena do pai não ter visto as suas conquistas.

“Hoje defendo as vítimas. Defendo também as pessoas que estão acusadas, mas quero que olhem para mim e saibam que estou a defender uma pessoa inocente ou que confesse que errou”, frisou.

Suzana Garcia Julia Sic 3

Percurso de advogada

Senti-me realizada porque era uma inconsciente“, afirmou Suzana Garcia, dando o exemplo que se defende um traficante e ganha a causa, não é correto. O facto de receber muito dinheiro fez com que se tornasse consumista.

“Cheguei a ter uma garagem com 374 pares de sapatos e o carro estava na rua”, disse, recordando de seguida que defendeu um rapaz que deitou ácido sulfúrico na cara de uma rapariga.

“Fiz um bom trabalho, mas não dormi bem”, desabafou Suzana Garcia em lágrimas e recordou que ganhou a causa de uma situação que se sentiu muito mal. Depois de pensar muito, decidiu recusar casos que considerasse injustos.

Suzana Garcia Julia Sic 4

Abortos

Tem muitos objetivos no futuro, mas um que gostava de realizar é ser mãe. Porém, já enfrentou dois abortos, um na semana passada, e tem dificuldades em engravidar.

“Há uma semana fui fazer uma ecografia com a minha prima e tivemos o mesmo diagnóstico. Nós ficamos sempre a pensar: ‘Será porque comi papaia? Será porque fui ao ginásio?‘”, questionou Suzana Garcia, visivelmente emocionada.

Ameaças

Suzana Garcia confessou que foi alvo de ameaças, mas não tem medo. Inclusive, “correu com um” pessoalmente. “Gente dessa comigo não. Medo de quê? Para já, se precisa de uma faca não é o homem. Não vou permitir nunca que pensem que a rua é o lugar da pocilga de onde vêm“, frisou.

Questionada sobre os medos que tem, recordou o caso da menina que ficou desfigurada após um rapaz lhe atirar ácido sulfúrico. Na altura, pensou que se fosse ela “preferia morrer” do que ficar desfigurada, hoje já não pensa assim. Tem medo de não ter pernas para andar e de não ser mãe.

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