Primeiras cenas de “Vitória”

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É na década de 70 que começa a novela “Vitória”, com a chegada do navio “Gil Eanes” que trás os retornados de África. Uma reconstituição de época que contou com mais de 200 figurantes.

As primeiras cenas desta novela foram gravadas ontem, em Viana do Castelo, no cais desta cidade.

Tudo começa com a chegada do navio “Gil Eanes” ao cais, trazendo centenas de retonrados de África. Entre eles está “Alice” (Danae Magalhães) e “João Maria” (Juan Soutullo). O casal apaixonado acaba de chegar com um filhos nos braços, “Rodrigo”. Aqui são recebidos pelos pais de “Alice”, “Isabel” (Helena Ramos) e “Alberto” (Carlos Mendes). Mas o reencontro dá lugar à angústia, com o desaparecimento misterioso de “João Maria”. Mal põe o pé em Lisboa, “João Maria” é espancado e atirado ao rio, sem que a mulher saiba de nada. A felicidade do casal é abalada com o desejo de vingança de “Eduardo” (Marco Costa). E “Alice” fica desesperada.

Segundo conta Danae Magalhãe ao jornal “24 Horas”, “Esta é uma cena muito emotiva.” e mostra-se satisfeita por poder interpretá-la. “São estas cenas que me dão mais gozo, apesar de exigirem mais de mim psicologicamente.”, conta. “É muito interessante e vive uma grande responsabilidade”, acrescenta Juan Soutullo.

Para retratar o ano de 1975, época em que os retornados chegaram a Portugal, a produção fez uma intensa pesquisa e pensou em todos os detalhes para as gravações. No cais de Viana de Castelo, os mais de 200 figurantes estavam vestidos e penteados a rigor, estando também presentes os carros de época.

Em relação à importância que estas cenas iniciais têm na novela, José Martins, da direcção de actores, conta ao jornal “Diário de Notícias” que a novela “Passa-se na actualidade, mas tem muitas idas a um passado importante da nossa história, ou seja, a transição dos anos 70, nomeadamente um tema que nunca foi abordado em telenovela, o regresso dos retornados”.

Segundo conta Sofia Almeida, chefe de produção, ao jornal “Correio da Manhã”, “Esta novela vai provocar o debate e a atenção que são devidos às pessoas que viveram o drama da descolonização e que o Estado português procurou escamotear”. Convicta de que a novela vai emocionar os portugueses e sobretudo os que “viveram o drama de perder tudo mas venceram, assumindo-se os grandes impulsionadores da economia portuguesa”.

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