A advogada Patrícia Cipriano, marcou presença no programa “Júlia”, da SIC, e teve uma conversa emotiva com Júlia Pinheiro, onde recordou um momento extremamente doloroso: a perda do marido.
No ano de 2016, o companheiro de Patrícia foi diagnosticado com cancro no pulmão. “Começou a tossir nas férias em agosto. Uma tosse seca, que não passa. A culpa foi do tabaco, mas creio eu que também havia ali uma componente genética porque a mãe também faleceu da mesma patologia e nunca fumou”, começou por dizer.
“Ele não conseguia que aquela tosse passasse de maneira nenhuma, tomava xaropes, tomava pastilhas“, recordou Patrícia Cipriano.
Após uma radiografia, o médico solicitou que fosse feita uma TAC ao marido da advogada, “porque havia ali uma massa que não era normal”. “Foi horrível, estagio 4. Não havia nada a fazer. Nem deu tempo para entender“, afirmou a irmã de Zé Manel, vocalista dos ‘Fingertips’.
Em seguida, o casal dirigiu-se para o Guincho, em Cascais, após receber o diagnóstico. “Fomos beber uma cerveja à beira-mar e ele disse-me ‘não te preocupes, são só cinco segundos, cinco segundos para voltarmos a estar juntos’ e eu estou à espera desses cinco segundos“, disse, entre lágrimas.
Três meses depois do diagnóstico, o marido de Patrícia Cipriano morreu.
Patrícia Cipriano e o marido, que faleceu em 2016, decidiram não contar aos filhos – na altura com 9 e 11 anos – sobre o diagnóstico de cancro. “Como é que eu ia explicar aos meus filhos que eu dormia todos os dias com medo de encontrar um morto ao meu lado? Como é que eu explicava aos meus filhos ‘amanhã o papá pode não estar aqui’? Ia deixá-los com este ónus de não dormirem?”, questionou.
A advogada e o marido apenas contaram aos filhos que”o pai tinha uma doença grave, não lhe dissemos que iria ter meses“. No dia do falecimento do marido, Patrícia Cipriano contou a triste notícia aos filhos. “Cheguei à casa do meu irmão, abracei-os e disse ‘olha filhos o papá estava internado, estava muito doente, a sofrer muito e o foi para o céu filhos, é uma estrelinha. Um dia vão reencontrá-lo e por isso têm que compreender que a vida dele aqui terminou‘”, recordou.
“Eles choraram, choraram, agarraram-se a mim“, disse.
