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Nuno Rogeiro recorda acidente do filho: “Gostava de ter sido eu atropelado em vez do António”

Vanessa Jesus
3 min leitura
Reprodução Instagram

Nuno Rogeiro esteve esta sexta-feira, dia 8 de maio, no ‘Programa da Cristina’ onde recordou o atropelamento do filho que o deixou entre a vida e a morte. 

Tudo aconteceu em fevereiro de 2020. António circulava numa passagem para peões na Avenida das Forças Armadas, em Lisboa, quando foi brutalmente atropelado por um veículo em excesso de velocidade. “Felizmente está quase recuperado. Ontem estava, pela primeira vez, sem muletas. Ainda tem um longo período de recuperação, vai ter de andar de muletas durante algum tempo“, conta.

Quanto à trágica noite afirma que o fez mudar a perspectiva de tudo. A companheira passou nessa noite pelo local do acidente quando foi buscar a filha mais nova à Universidade. “Estávamos à espera do António para jantar. A Daniela e a minha filha viram uma grande confusão (…) Viram uma pessoa ao longe no chão, inanimada. Voltaram para casa e disseram que era uma coisa horrível, porque a pessoa não se mexia e pensaram: ‘coitado, está morto’“, recorda.

Pouco tempo depois recebeu o telefonema com a notícia. “A primeira pessoa a vê-lo foi a Daniela, ainda ele estava a ser cosido. Ficou com a cabeça feita num bolo. Não vou contar quantos fragmentos de vidro tinha, porque foi a três metros e caiu outra vez sobre o carro, partiu a parte do pára-brisas e perdeu um litro de sangue“, conta. Teve 24 horas para escolher outro hospital para o filho ser operado a uma perna.

“Disseram que iria voltar à normalidade, mas puseram lhe uma cavilha de metal dentro da perna”, acrescenta. Quanto à pessoa que atropelou António conta que este chegou-lhe a telefonar, mas a conversa foi “estranha“, “curta” e “seca“. “Começou por me dizer que tinha também perdido um filho num acidente. Não sei com que sentido isso me foi dito, mas isso só faz com que se tenha mais consciência. Só sei que ele interrompeu a vida normal de um miúdo que tinha como consciência servir o país”, afirma.

Gostava de ter sido eu atropelado em vez do António. Tive pena de não ter sido eu. Não me parecia justo na altura que um miúdo de 25 anos, que está a começar a vida, acabasse de repente assim”, remata.