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Nélson Évora em conversa intimista: “Eu prometo que trago-te o ouro e tu lutas”

A Televisão
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Nelson Évora esteve esta sexta-feira, dia 8 de novembro, no programa de Júlia Pinheiro. O atleta teve uma conversa bastante reveladora e intimista com a apresentadora.

A conversa iniciou-se com um dos temas mais sensíveis da sua vida: o período em que, estando na sua melhor forma e com o foco em ganhar os Jogos Olímpicos, descobriu que o pai, com quem tinha uma relação muito próxima, foi diagnosticado com cancro no pâncreas.

Confessou que foi ele quem levou o pai ao hospital quando viu que esse não estava bem. “Olhe, o seu pai não deve ter mais do que três meses de vida. Mas vamos ter que o operar (…) muitas vezes ficam na mesa de operação”, foi assim que lhe deram a notícia.

Nelson teve de dar a notícia ao pai e foi aí que resolveu fazer-lhe uma promessa. “Olha, eu vou fazer o meu trabalho. Eu vou ganhar o ouro. Eu prometo que trago-te o ouro e tu lutas. Se daqui a dois anos nós tivermos juntos já valeu a pena”, diz não contendo as lágrimas.

Apesar de ter cumprido a sua promessa e ter trazido o ouro nos Jogos Olímpicos de Verão de 2008, confessa que não desfrutou da vitória. “Eu não desfrutei… aquilo foi para Portugal, não foi para mim (…) foi para motivar o meu pai”, afirma.

“Eu quero ir aos jogos e ganhar o ouro outra vez (…) eu quero desfrutar do ouro. Eu não vou deixar esta minha grande paixão sem deixar de desfrutar do que é mais importante.”, confessa em lágrimas.

Revela ainda que na sua infância nunca passou dificuldades financeiras, mas teve dificuldades em ter a nacionalidade portuguesa.

“O meu objetivo sempre foi bater recordes (…) e sentia-me frustrado porque vinha um rapaz que tinha muito pior marca que eu e ele realmente era o recordista porque era português”, revelando aos dificuldades que passou.

“Sempre fui uma pessoa que soube muito bem o que queria”, diz relativamente ao facto de querer bater recordes e ser reconhecido num país que sentia seu, Portugal.

“Esta crise de identidade é algo muito profundo. Na Costa do Marfim sou estrangeiro, em Cabo Verde sou estrangeiro, em Portugal não tenho nacionalidade. Chego a uma altura que digo assim: então, eu sou de onde afinal?”, afirmou, após ter dito que, se não conseguisse a nacionalidade portuguesa, talvez tivesse desistido do atletismo.

Veja aqui a conversa.

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