Mimicat esteve, esta sexta-feira, no programa “Casa Feliz”, na SIC, e falou sobre a música que venceu o Festival da Canção e que esteve cerca de 10 anos para ser mostrada ao público.
A dada altura da conversa, a cantora admitiu que é “pouco paciente”: “Às vezes, não gosto de esperar para que as coisas aconteçam e a ‘Ai Coração’ ensinou-me a esperar pelo momento certo para a mostrar ao mundo”.
“Compus a música no ano em que estava a lançar o meu primeiro álbum e pensei: ‘Isto não é uma música para mim, claramente. Eu não faço este tipo de música”, contou Mimicat que, na altura, estava a gravar um álbum em inglês e que “nada tinha a ver com este género”.
“Na altura, associei imediatamente a canção à Ana Bacalhau, à Gisela João, à Ana Moura, a uma fadista, a uma cantora, pelo menos, mais tradicional do que eu. Mas, por conselho do João principalmente, mas por alguma coisinha cá no fundo que me dizia para eu não a dar, eu guardei, guardei, guardei e só voltei a pegar nela há coisa de quatro, cinco anos, ainda não era mãe, quando comecei a cantar em português”, explicou Mimicat.
“Pensei: ‘Vou dar uma hipótese à ‘Ai Coração’, mas eu sabia que era um grande desafio tornar aquela canção minha, uma canção Mimicat, porque a abordagem lógica e óbvia e uma coisa mais ‘faduncho’”, continuou.
Mimicat acredita que a canção esteve “a marinar”, mas que “envelheceu muito bem”: “Eu estava à espera de conseguir produzi-la como a tinha idealizado e não estava a conseguir”.
Ao recordar o momento em que compôs a “Ai Coração”, Mimicat disse: “Estava aborrecidíssima. A canção nasceu do tédio. Eu estava à espera de uma pessoa e eu pensei: ‘Ai Coração’… Espera aí… E, em cinco minutos, e eu não sei como, mas há canções que têm uma métrica e as coisas saem assim, tipo, quase que vomitas a letra e esta foi o que aconteceu”.
Veja aqui a entrevista.