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Marta Rangel recorda meses seguintes à Covid-19: “Ia agarrada às paredes”

Duarte Costa
5 min leitura
@SIC Mulher

Marta Rangel esteve internada entre novembro e dezembro do ano passado, após testar positivo à Covid-19.

Marta Rangel, ex-concorrente do programa ‘Casados à Primeira Vista’, da SIC, teve graves sintomas da Covid-19. Esteve internada numa Unidade de Cuidados Intensivos e precisou de fazer exercícios de reabilitação, nos meses seguintes, devido às sequelas deixadas pela doença.

No programa ‘Médico da Casa’, da SIC Mulher, onde esteve à conversa com o doutor Almeida Nunes, Marta Rangel recordou que não tinha autonomia para quase nada, mesmo depois de deixar de testar positivo.

Eu não tinha autonomia, praticamente. Para fazer quatro metros, da minha sala até à casa de banho, eu ia agarrada às paredes. Para subir dois ou três degraus, as pernas tremiam. Eu não conseguia, sequer, atender o telefone porque eu não conseguia conversar como estou a conversar consigo. Eu ainda tinha muitas limitações“, contou.

O profissional de saúde sublinhou, de seguida, que Marta Rangel é uma pessoa jovem, sem fatores de risco e sem excesso de peso, e alertou que tal exemplo serve de aviso para todos (vídeo aqui).

Marta Rangel relata experiência com a Covid-19

“Eu tenho 39 anos, sempre fui saudável, nunca tive problemas de pulmões (nem asma), não tinha qualquer fator de risco e, mesmo assim, tive sintomas graves e estive internada de 27/11 a 05/12 no HSFX, três dias nos cuidados intensivos”, escreveu Marta Rangel aos fãs, em janeiro, pouco tempo depois de ter estado internada nos Cuidados Intensivos.

Marta Rangel  partilhou um vídeo onde ensina alguns exercícios de Fisioterapia Respiratória e explicou que este testemunho serve para alertar para a gravidade e consequências da Covid-19.

Texto na íntegra:

Para quem ainda não percebeu a gravidade e as consequências da Covid-19. Neste vídeo, partilho um pouco da m/Fisioterapia Respiratória. Faço exercícios 4 vezes/dia, 10 inspirações de cada vez. Com sorte, os pulmões poderão regressar ao “normal” em 6 meses/1 ano. Segundo o médico de Reabilitação Respiratória, para a m/idade, altura e peso, eu deveria ter uma capacidade respiratória de 3 mil litros, em condições normais, e 3 mil e 500 em esforço.

Neste momento, estou a fazer exercícios para atingir os mil litros e comecei nos 750. Partilho este testemunho para alertar, mais uma vez, para a gravidade e consequências da Covid: não é uma gripe, não atinge só os mais velhos e vulneráveis nem as pessoas com problemas de saúde. Eu tenho 39 anos, sempre fui saudável, nunca tive problemas de pulmões (nem asma), não tinha qualquer fator de risco e, mesmo assim, tive sintomas graves e estive internada de 27/11 a 05/12 no HSFX, 3 dias nos cuidados intensivos.

Quando cheguei a casa, ir da sala à casa-de-banho – cerca de 5 ou 6 metros – deixava-me muito cansada. Tarefas como tomar banho ou fazer a cama deixavam-me exausta. Tive alta há cerca de 1 mês e meio e sinto-me melhor. No entanto, antes da pneumonia por Covid, fazia treinos com PT 1 a 2 vezes/semana e caminhadas de 7km, às vezes, 14km. Agora, fico exausta só com uma volta ao quarteirão para passear a Sunny.

Para todas as pessoas que estão mais focadas nas exceções do que na regra – ficar em casa; para todas as que arranjam todo o tipo de justificações para sair, peço: por favor, ouçam os profissionais de saúde. Eu estive internada numa altura em que existiam menos casos. Fui muito bem tratada. Nesta altura, tinham tempo para conversar e perguntar-me como eu estava – o que é muito importante quando estamos isolados.

Não queiram saber o que é estar nos cuidados intensivos e aperceberem-se de pessoas que morreram. Não queiram saber o que é estar sempre a ouvir máquinas a apitar com os nossos sinais vitais. Não queiram saber o que é ouvir uma máquina disparar e questionarem-se o que terá acontecido.

Não queiram saber o que é estar sem ver a família, os amigos e passar-vos pela cabeça que, se calhar, não vão sair dali. Por vocês, pelos outros, por todos os profissionais de saúde que estão a dar a vida por nós.

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