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Marcelo Rebelo de Sousa fala sobre o pior e o melhor do seu mandato

A. Oliveira
4 min leitura

Marcelo Rebelo de Sousa foi o convidado especial de Daniel Oliveira para celebrar os 10 anos de ‘Alta Definição. Os jardins do Palácio de Belém foram o cenário escolhido para a entrevista onde o Presidente da República falou de tudo: da sua eventual recandidatura, do seu problema de saúde, da sua família e do seu clube de futebol. 

Aquele que é conhecido como “Presidente dos Afetos” fez questão de homenagear os seus antecessores e sublinhou que a sua vida mudou desde que assumiu o papel de Presidente da República. “O que mudou mais foi o contacto com a família. Coincidiu com um período difícil porque os meus netos estavam há nove anos no Brasil. Dividiram-se e uma neta ficou no Brasil e quatro foram para a China. Com a família que está cá, a falta de tempo para estar com eles e com os amigos chegados. Nadava todos os dias, por exemplo, e agora só quando posso”, disse.

No entanto, há coisas a que Marcelo Rebelo de Sousa não consegue escapar e há rotinas que faz questão de manter. “Eu tento não mudar, por exemplo, o ir fazer compras. Gosto de ser eu e sou eu que vou ao hipermercado. Gosto de comprar a minha comida mesmo que coma poucas vezes em casa. Às vezes, faço as contas e existem dadas alturas em que em três semanas só durmo em casa três ou quatro dias”, revelou.

Já sobre as críticas, Marcelo recordou que passou “a vida, quando fazia comentário a criticar as outras pessoas, por isso, era o que faltava se eu não aceitasse como normal as críticas a que me dirigem. E eu tenho de reconhecer que, muitas vezes, fui agressivo a criticar”.

Dono de si mesmo e conhecido por furar constantemente o protocolo de segurança, o Presidente da República recordou que as medidas de segurança lhe causam algum desconforto. “Todas são desconfortáveis. Uma já ultrapassei. Eu guio o meu carro ao fim de semana e durante a semana sempre que posso. O que me preocupa mais é a segurança mais clássica que gosta de formar gaiola em torno do presidente dificultando o acesso. O meu jogo preferido é furar a gaiola e desaparecer. Quem me beija pega numa faca e esfaqueia-me facilmente, é verdade. Não estou a dar ideias, mas pode acontecer”, contou, mostrando ter a consciência do risco que corre quando resolve furar o protocolo.

Com momentos felizes e outros menos, Marcelo Rebelo de Sousa recordou a vitória do SC Braga (o seu clube) frente ao FC Porto, naquela que foi a primeira Taça de Portugal que entregou como Presidente da República.

Mergulhou também nas memórias trágicas dos incêndios de 2017. “2016 foi um ano muito difícil. A maior parte dos portugueses não tem noção. Foi a situação bancária que foi muito difícil, a recuperação de vários bancos ao mesmo tempo. Houve noites que eu não dormi. Eu acompanhei isto muito de perto”, começou por desabafar. “Depois em 2017 apanhámos com as duas vagas de incêndios e foi…para mim, pessoalmente, foi uma coisa que me caiu muito na minha consciência. Ao ponto de eu chegar a dizer que se existisse uma repetição similar isso me iria levar a ponderar se eu voltava a recandidatar-me ou não no futuro. Eu estar lá e ver a dor e o desespero…foi o período mais difícil”, confessou.

Já sobre a sua recandidatura, Marcelo Rebelo de Sousa prefere atirar a decisão para 2020.