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Manuela Moura Guedes incrédula com erro de jornalista da SIC: “Ignorância”

Uma análise de um jornalista da SIC sobre a morte de Eduardo Lourenço, está a dar muito que falar. Manuela Moura Guedes mostra-se incrédula...

A Televisão
4 min leitura

Uma análise de um jornalista da SIC, em direto no noticiário do canal SIC Notícias, sobre a morte de Eduardo Lourenço, está a dar muito que falar. José Pedro Vasconcelos e Manuela Moura Guedes mostram-se incrédulos.

Reinaldo Serrano, jornalista da SIC, afirmou que as crónicas do filósofo Eduardo Lourenço tinham um “prazo de validade” por terminarem sempre com a expressão “Vence”. Contudo, “Vence” era a cidade francesa onde Eduardo Lourenço viveu e de onde assinava as suas crónicas.

Em muitos textos, sobretudo em crónicas, dizia, ‘Vence, em 2020’, por exemplo, ou seja, aquela crónica tinha uma data de validade“, disse Reinaldo Serrano.

José Pedro Vasconcelos ficou incrédulo com a afirmação do jornalista do canal de Paço de Arcos e partilhou o vídeo desse momento no Instagram. “Quando achava que já podia adormecer, o meu espírito exalta-se cheio de vergonha, muita vergonha. Vence é uma cidade francesa, situada nos Alpes-Maritimes e na região de Provence-Alpes-Côte d’Azur, onde o Professor vivia desde sempre. Vence não, talvez vai-te ou um simples Vá. Acho que Vá é bom, Vá estudar!

https://www.instagram.com/p/CIRyElZnBLT/

Pouco depois, foi a vez da jornalista Manuela Moura Guedes reagir aos erros que o Reinaldo Serrano cometeu.

Leia o texto na integra de Manuela Moura Guedes:

“Que vergonha!

Ontem, já tarde, recebi uma mensagem do José Pedro Vasconcelos com este vídeo. Estava indignado mas, principalmente, envergonhado. Fui ver. Confesso que tive de ver várias vezes para acreditar no que dizia o jornalista da SIC, que era suposto ser grande conhecedor da obra de Eduardo Lourenço dado que ali estava a perorar, no dia da morte do escritor, ensaísta, pensador… e tudo o mais que foi. Ora então, afirmava ele doutamente: “(Eduardo Lourenço)… utilizava uma expressão lindíssima da literatura que agora já ninguém usa.

Depois da crónica punha Vence 2020, por exemplo. Ou seja, aquela crónica tinha uma data de validade”. É, é como uma embalagem de chouriço fatiado que não se pode comer depois da data de validade.

Para esta alminha Vence é isso – Eduardo Lourenço achava que o que escrevia também fazia mal às pessoas, estragava-se, já não prestava a partir de determinada data. É, para além de tudo o que foi, Eduardo Lourenço também via o futuro, tipo professor Karamba, e sabia que, no contexto do que ia acontecer, já não fazia sentido o que tinha escrito. É bom No caso das crónicas, elas dizem mesmo respeito a um determinado período, vivência e circunstâncias que têm a ver com o quando o onde e por quem foi escrita.

Mas é sempre um testemunho, com maior ou menor importância que não perde validade. Vá lá, Reinaldo! Nem uma leiturazinha da biografia? É que a maioria dos portugueses não sabia, esperamos que saiba mais e leia mais desde ontem, mas um conhecedor da obra e do percurso de Eduardo Lourenço não sabe que ele viveu durante anos em Vence, uma Comuna francesa no Sul de País? Bom, se sabe e interpreta a expressão daquela maneira, então o problema já não é de ignorância e lata…

Eu acabo com uma citação de ontem à noite do José Pedro Vasconcelos: ”O José Régio também usava uma expressão muito antiga da literatura Portalegre, Maio 1947″ P.S. De certeza que o nosso Reinaldo ainda vai ser mais um comentador SIC/Covid“, escreveu Manuela Moura Guedes.

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