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Luana Piovani diz ter sido vítima de “violência judicial” em Portugal: “Fui coagida”

“Eu descobri onde é que é a porta do inferno dentro do céu. Chama-se justiça portuguesa”, comentou Luana Piovani.

Ana Ramos
6 min leitura
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Luana Piovani foi uma das convidadas de Júlia Pinheiro no programa da SIC, esta quinta-feira, e falou sobre a “violência judicial” da qual diz ter sido vítima em Portugal.

A atriz brasileira contou que, no caso contra o ex-marido Pedro Scooby, tentou que fosse aberto um processo no Brasil, mas “ele abriu o processo aqui por Portugal” e, por isso, acredita que houve “também uma má fé”: “Não podem existir dois processos iguais em dois tribunais diferentes. Quando eu abri o processo de guarda e alimentos no Brasil, ele contratou uma advogada aqui em Portugal para abrir esse processo aqui”.

A ideia de Luana Piovani era que as suas duas advogadas explicassem à juíza que “já existia o processo iniciado no Brasil, que, inclusive, já havia decisões jurídicas tomadas, não foi só o processo que se iniciou”: “Ou seja, era preciso que o tribunal português respeitasse a autoridade do tribunal brasileiro… Dane-se! Colónia que é colónia”.

Nessa audiência conciliatória, Luana Piovani estava “bastante nervosa” e o que se passou de seguida não ajudou: “Entrámos, a juíza já começou humilhando a advogada do meu ex-marido, perguntando da toga. Aí, todo o mundo ficou com uma cara meia de interrogação, aí, ela ficou um pouquinho nervosa já. Ela não perguntava ‘doucement’, ela perguntava já imperativa”.

“Já fica todo o mundo num clima ruim… daí, ok, passou a toga”, continuou, referindo que, depois, uma das suas advogadas tentou “pedir a palavra cinco vezes” e a juíza “gritou as cinco vezes”, mandando-a “calar a boca”.

Essa situação fez com que Luana Piovani ficasse “suando frio” e com “taquicardia”, numa “crise de ansiedade”: “Eu pensei ‘Não posso passar mal aqui! Vou me desligar’”. A juíza, segundo contou, “passou um esfregão no Pedro” e, em seguida: “Ela veio querendo me humilhar”.

“Ela perguntou quanto achava que ele ia pagar, daí, ele falou um valor. Daí, ela passa um esfregão nele. Daí, ele pegou e dobrou e falou o valor, daí, eu falei: ‘Não paga as contas’. Daí, ela falou para mim, com uma cara assim meio negligente: ‘A senhora sabe quanto é que é um salário mínimo aqui?’. Como se isso tivesse alguma coisa a ver com o facto de nós estarmos ali falando do nível de vida dos nossos filhos, que tem a ver com o que eu e o meu ex-marido já damos há 11/sete anos”, relatou. Luana Piovani afirmou que sabia qual era o valor e a juíza falou: “’Pois é, existem famílias que vivem com quatro pessoas e esse salário’. Pois é, mas nem eu, nem a senhora vivemos com esse salário. Sabemos que não é disso que estamos a falar aqui”.

“Voltei para o meu transe. Sei que acabei assinando, mas acho que fui coagida, fui pressionada, fui desrespeitada… não só a mim como todas as pessoas que estavam ali e eu descobri que isso é um ‘modus operandi’ da justiça portuguesa”, comentou Luana Piovani.

Luana Piovani vive em Portugal há cinco anos e referiu estar “muito bem na Europa” e que não pensa regressar ao Brasil, pelo menos, nos próximos 10 anos, mas que há coisas a mudar na justiça portuguesa: “Toda a gente me perguntava como é morar em Portugal. Eu dizia ‘o céu’. Eu descobri onde é que é a porta do inferno dentro do céu. Chama-se justiça portuguesa”.

“Até quando a gente vai viver com isso? Até quando esse pensamento? Até quando a gente vai suportar mulheres e juízas, magistradas machistas e retrógradas? Até quando as mulheres vão ficar à mercê da justiça e vão ter de criar os seus filhos sem oportunidades, sem igualdade de direitos e de custos?”, questionou Luana Piovani.

“É preciso haver uma conversa, é preciso que se busquem mais representantes mulheres, sem serem machistas, para a Assembleia, porque alguém precisa de cuidar dos nossos direitos, porque os homens a gente já entendeu que não estão preocupados connosco. Eles querem é fazer sucesso, é ter poder e dinheiro e as mulheres não estão a fim de quebrar esse ‘modus operandi’”, sublinhou

Luana Piovani acredita ter sido “injustiçada” e que houve “falta de empatia com todos os seres humanos que estavam dentro daquela sala”. Assim, o seu caso “com a mediação está sendo resolvido”: “Mas a gente não pode deixar que essas coisas aconteçam, as mulheres precisam falar sobre essas injustiças”.

Mais à frente, a atriz falou sobre o projeto que criou de apoio a mulheres, denominado “Oráculo”.

Luana Piovani e Pedro Scooby travam uma luta judicial sobre a pensão de alimentos dos filhos, Dom (11 anos) e os gémeos Liz e Bem (sete anos).

Veja aqui uma parte da entrevista.

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