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Liliana Campos faz longo desabafo: “Se calhar, desaparecer seria o melhor”

Duarte Costa
5 min leitura
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A anfitriã do programa ‘Passadeira Vermelha’, da SIC Caras, fez um longo desabafo na rede social Instagram.

Nele, explicou o quão dura chegou a ser a sua vida, especialmente na fase em que perdeu a mãe, e de como teve de ser ajudada por especialistas. Admitiu, até, que sentiu vontade de “desaparecer para sempre” e “sem dizer nada a ninguém”.

“Estava numa espiral de dor. Soube que precisava de ajuda. O Rodrigo não sabia lidar com a situação e eu também não. Não via saída. Não tinha força para lutar, para pegar nos cacos e reconstruir o que eu tinha deixado destruírem”, confessou.

Leia aqui o texto completo:

Senti, depois daquelas minhas palavras no Passadeira Vermelha, que quando estivesse mais fortalecida falaria melhor com vocês sobre o que vivi e que me levou a precisar de ajuda especializada.

A partida da minha mãe foi muito dolorosa, pelo sofrimento que presenciei, mas esse não foi o motivo principal. Eu sabia que a mãe já estava num lugar melhor. Aliás, nunca há um motivo, são sempre vários.

Quando me dei conta da maldade que existia à minha volta, das mentiras, do estar a contar com um porto que pensei ser seguro, mas que afinal estava completamente minado, de várias tentativas para que eu e o Rodrigo nos afastássemos, fez-me perceber que durante os quatro anos em que, juntamente com o meu irmão, fomos cuidadores da minha mãe, tinha mesmo tido a minha vida stand-by, e não tive tempo, consciência ou capacidade para ver quem me rodeava e da forma como o faziam.

Tudo isto acompanhado com o início de um tratamento de fertilização contra o tempo e a menopausa, que para mim estava a chegar precocemente e que me ia impedir de gerar o bebé que tanto desejava, mas que fui adiando…

Pela minha ginecologista, a Dra. Linda Fradique, fui aconselhada a procurar a psiquiatra Dra. Ana Peixinho, ambas do @lusiadassaude. Mais uma vez não era só a menopausa que me fazia estar ali, havia muito mais para tratar. Na altura, não conseguia ver nada de bom…
Estava numa espiral de dor. Soube que precisava de ajuda. O Rodrigo não sabia lidar com a situação e eu também não. Não via saída. Não tinha força para lutar, para pegar nos cacos e reconstruir o que eu tinha deixado destruírem.

Nessa altura, achei que não estava cá a fazer nada. Se calhar, desaparecer seria o melhor. Desaparecer para sempre. Desaparecer daqui. Desaparecer sem dizer nada a ninguém e ir para o outro lado do mundo. O trabalho que já tinha sido o meu escape durante a doença da minha mãe continuou a ser muito importante para mim. Não quis baixa, não faltei um único dia.

Ali, desligava e, por momentos, tentava abstrair-me do meu mundo a desabar. Mas ia para casa e não dormia. Achei que podia ficar maluca por não conseguir descansar. Recorri a terapias alternativas e apareceram várias pessoas que ainda hoje ocupam um lugar importante na minha vida – falo do Nuno, do Gonçalo, da Manú, da Rute e da Lisa, cada um por motivos diferentes, mas todos eles de uma importância vital.

As Constelações Familiares com a terapeuta Joana começaram a aliviar a minha dor. Sou-lhe muito grata. Preciso de voltar a estar com ela para lhe transmitir o quão importante foi e continua a ser na minha vida. E voltar a fazer aquelas terapias que tanto me ajudaram.

O meu primo Paulo, o amigo que esteve sempre comigo, falou-me da Dra. Rosa Basto. Fez-me acreditar que a Dra. seria determinante na minha vida. Acreditei nele e assim foi. Na verdade, não estive muitas vezes com a Dra. Rosa, mas estive sempre que precisei e sei que temos uma relação para o resto da vida, quer seja a de paciente com a sua médica, quer seja a de amizade.

Está difícil terminar este texto. Claro que é pela importância que tem, porque não quero deixar nada por dizer, é porque o poder de síntese nunca foi o meu forte.