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Lilia Cabral sobre personagem em “Fina Estampa”: “Tinha de me libertar completamente de tudo”

"Ainda me chamavam de 'bigoduda'."

Ana Ramos
3 min leitura
Globo

A atriz brasileira Lília Cabral encontra-se em Portugal para a apresentação da nova novela da TV Globo e esteve, esta sexta-feira, no programa da SIC “Casa Feliz”, onde falou de duas das suas personagens mais marcantes.

Em 2011, foi lançada a novela “Fina Estampa”, que tinha como protagonista a mecânica Griselda, interpretada por Lilia Cabral: “Como foi emocionante também para mim… Eu me lembro de tudo”.

“‘Será que as pessoas vão acreditar?’. Mas bastou a primeira semana no ar que as mulheres que cuidavam, que faziam o mesmo trabalho que a Griselda fazia, elas começaram a aparecer. Elas acho que, de repente, se sentiram à vontade de se mostrar”, recordou.

“Que prazer eu tive, a minha primeira protagonista”, disse Lilia Cabral, mostrando-se “grata” ao autor da novela.

“Tem certas coisas que são muito especiais e a Griselda foi um personagem, para mim, muito importante, porque era um desafio. Eu tinha de me libertar completamente de tudo e ainda me chamavam de ‘bigoduda’”, lembrou ainda Lilia Cabral.

“Vivi bastante tempo para enfrentar e eu acho que enfrentei no tempo certo. Porque tem coisas que vêm para a gente e a gente, às vezes, não está preparada”, continuou Lilia Cabral.

Lilia Cabral falou ainda sobre o ator português Paulo Rocha, com quem contracenou nessa novela: “Somos amigos. Tenho um carinho tão grande por ele. É uma pessoa admirável também, excelente ator… Mora aqui no meu coração, no meu e de toda a minha família”.

Mais à frente, Lilia Cabral sublinhou ainda também a forma como a personagem Marta, da novela “Páginas da Vida”, a marcou.

“Era uma mulher que assustava um pouco pelo reconhecimento na rua, porque muita gente concordava. Porque ela teve netos gémeos, a menina tinha Síndrome de Down e ela se recusa a ficar com a menina e muita gente achava que era certo ela se recusar”, descreveu Lilia Cabral.

“Aquilo também me deu força para que eles se espelhassem e entendessem que não era possível você ter esse tipo de pensamento”, acrescentou Lilia Cabral, referindo que a personagem “era tão amargurada, era tão infeliz que, quando acabou a novela, ela não tinha outro caminho senão a solidão”.

“Será que quem pensava como a Marta entendeu que esse futuro não é bom?”, questionou Lilia Cabral.

“Foi difícil porque eu vinha de personagens leves e, de repente, me deparar com aquilo… mas foi importantíssimo na minha vida e eu acredito que também socialmente”, rematou.

Veja aqui uma parte da conversa.