Joana Amaral Dias sobre a morte do pai: “O que aconteceu foi negligência”

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A comentadora residente do programa das manhãs da TVI, Joana Amaral Dias, teceu duras críticas ao Sistema Nacional de Saúde (SNS) em direto na SIC Notícias, depois do psicanalista Carlos Dias, o seu pai, ter morrido enquanto esperava por auxilio médico. 

A ex-deputada do Bloco de Esquerda recordou o falecimento do seu pai durante o transporte feito pelo INEM para o Hospital de São José, em Lisboa. De acordo com a psicóloga, o pai sentiu-se mal na terça-feira, 3 de dezembro, tendo sido solicitado socorro pouco tempo depois. No entanto, o pai entrou apenas no hospital duas horas depois e já morto.

“O meu pai vive no Marquês de Pombal. O trajeto da sua residência até ao São José é bastante curto. O que aconteceu foi um cocktail fatal de acidentes, negligência e incompetência”, garantiu a psicóloga à SIC Notícias.

Visivelmente revoltada, Joana Amaral Dias explicou que “houve uma ambulância que avariou, mas também se verificaram demoras. Só vinha um técnico no INEM e sem o equipamento de reanimação como a situação estritamente ditava”.

“O resultado foi a morte. Pedimos autópsia e o INEM abriu um inquérito. Aguardamos os resultados”, avançou ainda. A comentadora da TVI disse ainda sentir que a população portuguesa está “vulnerável, desprotegida e entregue à sorte”, não poupando nas farpas lançadas.

“Se os impostos que pagamos não servem para acudir em situações limite, para que é que servem? Para salvar bancos? E se isto pode acontecer com um homem de 73 anos a viver no centro de Lisboa, pode suceder a qualquer um de 20 ou 30, em Viseu ou em Faro, ou no interior desertificado. Pode acontecer a qualquer um. Vivemos num país que cortou no essencial, deixou a gordura e talhou o osso, deixando as populações vulneráveis, desprotegidas e entregues à sua sorte”, afiançou num tom bastante crítico.

Joana Amaral Dias recordou que o seu progenitor acabou por morrer sozinho. “É verdade que o meu pai era um doente com diversas patologias graves cuja expectativa de vida era já limitada. Mas certamente merecia ter partido em paz e com outra tranquilidade (…) Deu os seus melhores anos ao Serviço Nacional de Saúde, no qual deixou talento e pele. Morreu sozinho em agonia dentro de uma ambulância que não dispunha dos meios para o acudir. Que a sua partida sirva para que todos nós e finalmente rejeitemos este futuro”, rematou.

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