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Isabel Abreu recorda gravidez não planeada e regresso ao interior: “Fomos muito felizes, mas fui muito estafeta”

Isabel Abreu e Tiago Guedes são pais de Tiago, de 21 anos, e Maria, de 18.

Ana Ramos
4 min leitura
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Isabel Abreu esteve à conversa com Júlia Pinheiro esta quarta-feira, na SIC, e recordou a gravidez não planeada aos 24 anos e o regresso ao interior do país.

“Aconteceu, não era pensada. Para mim, não era mesmo um objetivo naquele momento ser mãe. Mas havia uma certeza: que o Tiago era o pai dos meus filhos”, disse a atriz.

Aos 29 anos, Isabel Abreu e a família que tinha criado voltaram a viver em Arronches, no Alentejo, onde tinha passado a sua infância. “A cidade, então, agora, está duríssima! A cidade é violenta, é um sítio, às vezes, muito duro, não é confortável. Para levar os miúdos à escola, passas horas dentro de um carro, para trazeres os miúdos da escola, passas horas dentro de um carro e eu achei que voltar a um sítio onde havia essa liberdade de andar a pé, de respirar, de conhecer toda a gente da rua, de dizer ‘bom dia’, ‘boa tarde’… No fundo, ter uma infância como foi a minha”, explicou Isabel Abreu.

Contudo, Isabel Abreu não encontrou o que esperava: “Quando eu regresso, o Alentejo para onde eu regresso já não é o Alentejo de onde eu parti. E não tem a ver comigo, com o meu envelhecimento, tem a ver com o próprio esquecimento de um território”.

“Para mim, era impossível viver daquilo que eu faço. Eu fiz, durante 10 anos, Lisboa – Arronches praticamente todos os dias”, relatou Isabel Abreu.

“Fomos felizes, mas fui muito estafeta. Ou seja, fomos felizes, mas muito, às vezes, a tentar solucionar e em esforço”, sublinhou Isabel Abreu.

Apesar disso, Isabel Abreu destacou algo “super importante” que conseguiu fazer nesse período: “No primeiro ano em que estive lá, criar um grupo de teatro amador. Andei nos cafés, pedi pessoas e tive 50 inscrições”. A atriz trabalhou com um artesão a fazer cenários e fizeram uma peça.

“A pena que eu tenho é não poder fazer disto a minha missão, porque, para além do lado todo que tenho como atriz e que me preenche muito, há um lado de trabalho verdadeiro com a comunidade que me interessa cada vez mais”, comentou Isabel Abreu, referindo que “o trabalho com as pessoas” é algo que a preenche.

Sobre o seu companheiro há mais de duas décadas, Isabel Abreu contou que tem “uma admiração como criador imensa”, mas também como pai: “Provavelmente, se eu tivesse ao meu lado uma pessoa como o Tiago, eu não podia fazer aquilo que faço na minha vida”.

“Em Arronches, eu passava muito tempo fora porque estava em Lisboa e, agora, estou muito tempo fora, porque estou no mundo. E, se me é permitido isto, é porque eu tenho ao meu lado alguém que me olha com muito amor também, que nos protege muito bem e que me dá a estabilidade e a cama para eu sentir conforto nestas ausências. Porque eu sei que, para ele, também não é fácil, porque ele também é um criador e ele privilegia-me”, rematou Isabel Abreu.

Veja aqui e aqui uma parte da conversa.