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Inês Mocho: “Há um lado que também é o nosso lado sombra, que também existe”

"Entendo que isto é para um bem maior", comentou Inês Mocho.

Ana Ramos
4 min leitura
Instagram

Inês Mocho esteve, esta sexta-feira, no programa da SIC “Casa Feliz” para falar sobre as perdas gestacionais que teve e sobre a endometriose e defendeu que é importante fazer essa partilha.

“É muito importante nós desmistificarmos. Ainda para mais, nós que temos a vida pública e partilhamos toda a parte glamorosa, toda a parte linda da nossa vida, há um lado que também é o nosso lado sombra, que também existe. E é bom nós mostrarmos e mostrarmos como é que nós conseguimos ultrapassar, que ferramentas é que nós usamos para ver o lado positivo ou para nos enchermos de força”, afirmou.

“Vim aqui à SIC partilhar a minha história, toda a parte que eu passei de endometriose, as perdas gestacionais e eu faço esta partilha com todo o gosto. E, vou ser sincera, não me custa falar do tema porque eu entendo que isto é para um bem maior. Entendo, sempre que eu venho falar do tema, o quanto eu ajudo as mulheres que estão desse lado que se sentem sozinhas, que sentem que são únicas no mundo, no sentido em que se sentem isoladas”, comentou Inês Mocho.

“São histórias duras, sim, são momentos mais negros, sim, é preciso fazer o luto, sim. Mas também temos ferramentas e força interior para conseguir ultrapassar e tornarmo-nos ainda mais fortes do que o que éramos antes de começar toda esta aventura, para sermos ainda mais bem resolvidas e mais felizes”, disse ainda Inês Mocho, mas já nas stories do Instagram, depois de ter saído do programa, agradecendo “o carinho” que recebeu, entretanto.

“Eu gosto muito de falar desta parte, porque sinto que ainda é um pouco tabu a mulher dizer que tem endometriose”, declarou Inês Mocho, na entrevista dada a João Baião e Diana Chaves. “Cerca de 10% da população (das mulheres) é diagnosticada, por isso, muitas mais têm e não sabem. Sinto que, há bem pouco tempo, era uma doença que não era falada e, então, não havia tanto conhecimento”, continuou.

“Aprendi que é tão bom o partilhar, porque, às vezes, a tua partilha faz com que outra pessoa se sinta acompanhada, validada, ou juntos têm aquela experiência, aquela alegria, aquela dor”, sublinhou Inês Mocho, que referiu que, na altura, o diagnóstico da endometriose não a chocou por não perceber o impacto da doença.

“Só quando tive a primeira perda gestacional é que, realmente, eu entendi o impacto que isso poderia ter na minha vida e, aí, senti a necessidade de falar. Senti que fazia parte da terapia”, disse Inês Mocho em relação às partilhas que faz com o seu público digital, que surgiram como algo “natural”.

“Hoje em dia – deve ser devido a ser empresária -, eu tenho uma mente muito programada para a solução, então, obviamente que penso: É uma história, é a minha história e eu estimo muito e tenho muito amor por tudo o que aconteceu”, considerou Inês Mocho.

“Sinto que isto que aconteceu é, na verdade, um propósito que é para eu conseguir ajudar outras mulheres. O que eu pensei é que o facto de eu ter este privilégio de ter uma voz que tem mais ouvidos a escutar – que é a única diferença de uma pessoa que não tem o impacto de uma imagem pública -, tenho de aproveitar esta voz para mostrar que isto aconteceu-me. Não estão sozinhas! Para as inspirar, para mostrar que há sempre pontos positivos”, rematou Inês Mocho.

Veja aqui a entrevista.

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