Guilherme Moura foi o convidado, deste sábado, do Alta Definição da SIC. O ator, que interpreta o papel de um jovem Autista Altamente Funcional, em ‘Nazaré’, revelou que conheceu um jovem com este problema que o ajudou muito a construir a sua personagem.
“Sinto que quando me dão os parabéns ou se dirigem a mim não é por me reconhecerem, ou por me verem na televisão, é mais para me darem os parabéns pelo meu trabalho. Acho que isso é muito bom para mim, enquanto ator, saber que o meu trabalho está a ser reconhecido”, começou por dizer, realçando que tem “muito pouca confiança em si”.
“Mas esse reconhecimento eleva-me um bocadinho a confiança. A opinião dos outros, às vezes, pode ser um bocado um presente envenenado. Dizerem que estás bem e que és bom, às vezes isso pode levar-nos por um caminho que não é bom. Prefiro focar-me mais no meu trabalho e ter a certeza que estou a fazer aquilo que quero no momento”, acrescentou.
Para interpretar a personagem, conheceu um jovem com esse problema que o ajudou muito. “Li livros, vi filmes, séries e houve uma visita que fiz à Federação Portuguesa do Autismo que me foi muito útil porque foi a primeira vez que tive em contacto, especificamente, com um rapaz que tinha este problema e que me ajudou muito. Poder olhar para ele e ver como é que ele é enquanto pessoa, como é que me responde e como é que conversamos”, explicou.
“Era muito parecido com o Bernardo”, recorda, salientando que “somos todos iguais”. Sobre as outras pessoas que conheceu com autismo, destaca que “sentiu que todos eram demasiadamente puros” e que houve uma história em particular que lhe tocou. “Uma história que me contou sobre o pai, que ele não o aceitava e que não queria muito saber dele, que o via como um peso. Isso tocou-me muito”, rematou.
