Pensões decadentes e sem um mínimo de condições de higiene; apartamentos transformados em residenciais para albergar beneficiários do Rendimento Social de Inserção; um prédio de escritórios, em pleno centro de Lisboa, que alberga dezenas de cidadãos africanos em «quartos» com paredes de pladur que custam 250 euros por mês. É todo um negócio que escapa ao olhar fugaz com que vislumbramos as nossas cidades e ao controlo das entidades oficiais.
Os quartos de pensão e de residências particulares são uma espécie de purgatório para onde se encaminham aqueles que o desemprego, a droga, o álcool, a doença ou a desestruturação familiar atiraram para a indigência.
Apontados pela Segurança Social e pela Misericórdia de Lisboa como soluções temporárias onde se procura reorientar o percurso de quem perdeu, momentaneamente, o rumo, os quartos arrendados acabam, demasiadas vezes, por prolongar o desespero e a frustração destes «hóspedes à força».
Às Paredes Confesso, é uma Grande Reportagem, para ver, quinta-feira, 19 de fevereiro, no Jornal da Noite da SIC.