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Filipa Nascimento recorda passado marcado pela dor: “Faltou para tudo, para a comida, para a roupa…”

Vanessa Jesus
4 min leitura

Filipa Nascimento foi a convidada deste sábado do ‘Alta Definição’, da SIC. A atriz recordou as dificuldades financeiras que viveu na sua infância. 

Paixão pela representação

Filipa Nascimento começou por recordar que entrou no mundo da moda aos 14 anos, mas não era bem o que queria. “Desde que me lembro, gostava muito de representar. Punha-me em frente ao espelho e inventava. Eu própria não sabia o que isso significava e quando cresci, apercebi-me que a representação era o caminho certo”, começou por dizer.

Divórcio dos pais

A atriz de ‘Amor, Amor’ recordou ainda que os pais se divorciaram quando tinha 12 anos. “Eu queria que eles se separassem. Eu e o meu irmão assistíamos às coisas. Sabíamos que o melhor para todos era cada um seguir o seu caminho. Esse foi um momento feliz“, disse, referindo-se de seguida às dificuldades económicas.

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“Fiquei com a minha mãe. Nessa altura, o meu irmão foi para a faculdade. (…) [A minha mãe] começou a ganhar menos dinheiro. Algumas dívidas, que não eram da parte dela, apareceram e ela não tinha para pagar. Fomos vivendo gradualmente com menos condições financeiras. Via, por exemplo, a minha mãe a deixar de comer para eu comer (…)”, acrescentou Filipa Nascimento.

Não tinha tempo para pensar em bonecas. Às vezes ia brincar com os meus amigos porque se passava muita coisa e casa“, disse Filipa Nascimento, recordando que houve dias que não tinha dinheiro nem para comprar pão.

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“Faltou para tudo: para a comida, para a roupa, para tudo… os bens essenciais acabávamos sempre por consegui porque a minha mãe era e é muito organizada. Aconteceu-me muito não ter dinheiro sequer para ir comprar o pão, mas também não pedia, porque sabia que a minha mãe não podia dar. Se eu lhe dissesse que precisava, sabia que a minha mãe ia ficar preocupada”, desabafou Filipa Nascimento.

“Eu nunca sai à noite na faculdade. Fui a um jantar de curso. De resto, estava sempre preocupada naquilo que eu ia dizer aos meus colegas para não ir. Aquela vergonha que as crianças têm: ‘Não vou dizer que não tenho dinheiro. Não quero ser vista como esse tipo de pessoa’. Então inventava desculpas para não ir”, revelou.

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A morte da avó

[Aconteceu] um ano depois de ir para a faculdade. Eu não estava à espera. Sabia que ela não era completamente saudável mas houve muitas coisas que ela escondeu para não nos preocupar. E quando recebi um telefonema a dizer que ela tinha falecido em casa, foi uma angústia muito grande“, recordou Filipa Nascimento.

“Um dos piores dias da minha vida. Queria vê-la uma última vez e não me deixaram. Durante muito tempo senti-me culpada [pela morte dela]. Por estar longe. Não me deixaram vê-la. Acharam que era uma imagem muito forte e quiseram decidir isso por mim”, rematou.

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