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Entrevista a Miguel Costa: “É um luxo trabalhar com uma equipa tão boa”

Miguel Costa esteve à conversa com 'A Televisão' e falou sobre o seu trajeto profissional e sobre os seus dois amores: as filhas Luísa e Teresa.

Vanessa Jesus
8 min leitura
© Madalena Rosa / Agência Glam

Tem 43 anos e é um dos atores mais acarinhados pelo público. Miguel Costa encontra-se com vários projetos em ‘mãos’ e não podia sentir-se mais grato por todas as oportunidades que têm surgido.

O ator esteve à conversa com ‘A Televisão’ e falou sobre o seu trajeto profissional e sobre os seus dois amores: as filhas Luísa e Teresa.

A pandemia veio em força e parece que veio para ficar mais um tempo… como é que foi para ti o período de quarentena?

Passado em casa. Como toda a gente. Os quatro, a tentar criar formas de entretenimento, de brincadeira, mas ao mesmo tempo com responsabilidades acrescidas, porque tanto eu como a Joana passamos a ser os professores das nossas filhas, ao mesmo tempo que tentávamos manter a casa em ordem, e responder a algumas solicitações profissionais. Foi duro, para toda a gente. Longe da família e amigos, sem convívio social.

Tentamos, em família, criar brincadeiras, aderimos ao tiktok, que serve para aprendermos coreografias de dança. Jogos de tabuleiro, jogos de cartas, ginástica, leitura, sessões de cinema, tentamos muita coisa. Alguns passeios noturnos, pelo bairro, em horários em que as ruas estavam mesmo desertas.

Só a Luísa é que teve telescola. Não foi fácil, primeiro tivemos de nos adaptar as plataformas (zoom, teams) e teve de passar mais tempo ao computador. Foi duro. É difícil manter a disciplina, mas a escola e a professora foram incríveis, no melhor dos sentidos.

Neste momento, estás com muito trabalho em mãos. Fala-nos um bocadinho dos projetos que tens e onde te podemos ver…

No cinema, acabei de participar na rodagem do filme do Sérgio Graciano ‘Salgueiro Maia – o implicado’, e fazer cinema é sempre maravilhoso, e num projeto tão especial. Em televisão, estou a gravar a segunda temporada de ‘Nazaré‘, com um personagem tão rico e exigente como é o Adolfo, com uma equipa espetacular, e tem sido muito, muito bom.

A primeira temporada foi um fenómeno no melhor dos sentidos, o que torna ainda maior a nossa responsabilidade, mas é uma responsabilidade boa. Esperamos conseguir cativar ainda mais pessoas. Nas plataformas digitais, gravei a websérie ‘Desabafos’ da autoria do dramaturgo, encenador e ator André Murraças, com quem tenho tido a sorte de trabalhar. E num período em que tudo parou, foi sorte ter estas oportunidades todas. Sinto-me grato por isso.

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Reprodução Instagram

 

Reforças a segunda temporada de ‘Nazaré’. O que é que estás a achar da tua personagem, o Adolfo? Como está a ser a experiência?

Está a correr muito bem, é um luxo trabalhar com uma equipa tão boa, a todos os níveis. Com tanto talento, boa energia, capacidade de trabalho, em todos os setores. Um luxo. O meu Adolfo Frisado é dono da principal empresa de peixe congelado da Nazaré, uma empresa com quase 100 anos, e acaba por chocar muito com a Nazaré, que decide criar uma empresa concorrente. Ainda por cima, o Adolfo é muito conservador e machista, desafiado por uma mulher? (risos!) Está a ser mesmo bom, e a Carolina é muito generosa e talentosa, além de amiga. Tenho também o Zé Mata e o Tiago Teotónio Pereira, que são meus irmãos. Um luxo, sinto-me um sortudo.

Integras o elenco da Web Série ‘Desabafos’, uma espécie de sátira que aborda o hábito português de bem “refilar”, neste caso em tempos de confinamento obrigatório. Podes levantar a ponta do véu sobre este desafio?

Foi uma experiência maravilhosa. Primeiro porque gosto muito de trabalhar com o André Murraças, autor e criador da série. Admiro-o muito, lança-me grandes e ótimos desafios. Nesta fase complicada e peculiar deu-me oportunidade de trabalhar, mesmo à distância, confinado. Inserido num elenco que admiro muito, com uma banda sonora inspiradora do Fado Bicha. Mais um projeto que me fez sentir um sortudo. Quanto ao hábito bem português de refilar, acho que fica bem exposto. Ahahahah. Sinto que nesta fase anda tudo mais tenso, que esta webserie ajude a que todos nós tenhamos noção que muitas das situações em que refilamos, não são assim tão importantes.

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Reprodução Instagram

És um pai ‘babado’. São várias as publicações feitas na tua conta de Instagram onde mostras o orgulho que tens pela Luísa e Teresa. Elas gostam de te ver na televisão? O que é que te costumam dizer?

A forma como as mostro é sempre muito natural. As minhas redes sociais são uma extensão de mim, no sentido em que sou ali o que sou fora dali, salvaguardando alguma privacidade. Mas a partilha com quem me segue é sincera. E gostam de me ver, mas quando faço de mau mostram que estou a ser mau e tomam o partido da Nazaré, neste caso, em que estou a gravar a segunda temporada. Mas gostam de ver, gostam de ir ver as gravações, embora agora não possam, dadas as restrições naturais por motivos de segurança. Faço questão de as levar a ensaios, teatro, gravações. Para que percebam o que faço, para abrirem horizontes.

Não escondes o teu amor pelo Sporting Clube de Portugal. Eras capaz de dar vida a um jogador do Benfica, por exemplo, numa novela ou de um fanático pelo clube encarnado?

Ahahahahahah. Já fiz de taxista benfiquista, na novela ‘Os Nossos Dias’. Em trabalho não pode haver grandes constrangimentos ou preconceitos. Se o personagem for escrito e criado dessa forma, porque não? Da mesma forma que faço de machista, e não sou, não faz sentido dizer que não faço personagens que não correspondem aos meus gostos, credos, ideais, etc. Trabalho é trabalho, não é o Miguel que está ali, é um personagem.

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© Madalena Rosa / Agência Glam

 

Qual foi o trabalho que te marcou mais até hoje?

É difícil de dizer. De escolher. Tenho tido a sorte de participar em excelentes projetos, é praticamente impossivel. Gostei muito da minha passagem pelo Teatro da Comuna, com o meu querido Mestre João Mota, de filmar ‘Linhas de Sangue’, e de participar em ‘Perfeito Coração’, novela da SIC em que fazia dupla com o meu amigo Paulo Rocha. Refiro esta porque estivemos a recordar essa novela há dois dias. ‘Amor Maior’, ‘Nazaré’, ‘Alma e Coração’, ‘Liberdade 21’, sei lá, tantos projetos bons. Há mais.

Costumas assistir às novelas onde entras? És o tipo de pessoa que te gostas de ver nos ecrãs ou és aquela mais crítica e que quer sempre melhorar mais?

Sou muito auto-crítico. Mesmo. Gosto de assistir, para corrigir algumas coisas, para melhorar, mas também para ver os meus amigos e colegas.