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Duarte Siopa sobre os pais: “Senti-me sempre a mais”

Duarte Siopa conversou sobre a vida profissional, mas também pessoal.

Ana Ramos
4 min leitura
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Suarte Siopa foi um dos entrevistados de Júlia Pinheiro, esta quarta-feira, e falou sobre a relação com os pais.

O apresentador contou que os pais “sempre namoraram, sempre de mão dada” e que passavam “os fins de semana sempre fora”. A mãe tinha 19 anos quando se casou e, aos 20, teve Duarte Siopa.

“O que costumo dizer quanto te vejo é que te amo e à minha mãe nunca lhe disse isso… não sei porquê… Ela era muito nova, o meu pai também. Apaixonadíssimos toda a vida, fins de semana todos fora… Senti-me sempre a mais, tanto que eu sinto uma grande libertação quando venho e tenho a minha casa em Lisboa aos 18 anos”, continuou Duarte Siopa, referindo que passou a infância no Cadaval.

Aos 11 anos, foi para um colégio interno e só regressava aos fins de semana, altura em que perguntava à avó pela mãe: “‘A mamã já vem’. E ela nunca chegava”. “A explicação que me deram foi que, no Cadaval, o ensino não era tão bom e que o melhor ensino era lá”, disse.

Duarte Siopa recordou ainda que, quando cresceu mais um pouco, o pai convidava-o para ir passar o fim de semana com eles: “Eu não ia, porque não estava habituado. Quando ia, tinha de levar amigos comigo, porque não me sentia bem, sentia-me desconfortável”.

O pai era “muito rígido” e “uma pessoa muito fria”. “Eu tinha medo e o medo não é bom”, continuou, referindo que se recorda de ser pequeno e dizer aos primos que “adorava” que o pai “estivesse numa cadeira de rodas”. “Era a forma de o aniquilar. E ele acabou por ficar numa cadeira de rodas aos 57 anos”, declarou, explicando que o pai adorava-o, “mas à distância”.

No entanto, o apresentador refere que o pai “tornou-se melhor depois da doença” e que o perdoou: “Hoje compreendo perfeitamente e acho que tem muito a ver com a educação que ele teve”.

Duarte Siopa sublinhou que teve falta de afeto e que, por isso, é hoje “um pouco carente”: “Nunca me lembro de o meu pai me tapar, de me dar um beijo. Lembro talvez que ele me dissesse ‘boa noite’, porque, depois, comecei com comparações com o meu filho Diogo. Ele fazia tudo com ele”.

Quando entrou para a televisão, o pai ficou dois anos sem lhe falar. “Queria que eu tivesse a minha vida de psicólogo”, acrescentou, referindo que ele “achava que era um erro”, mas que, “passado algum tempo, passou a ter algum orgulho”. “O meu pai sempre teve muito domínio sobre mim e estava muito habituada a que eu fizesse o que ele queria”, continuou.

O apresentador lembrou ainda, emocionado, o jornalista Artur Agostinho, de quem sente “saudades”. “Falo sempre do Artur com muita emoção porque ele era um homem com uma boa disposição, mesmo depois de tudo o que lhe aconteceu. Ele era um profissionalão, era um homem que ajudava imenso os mais novos e era um homem que se preocupava imenso comigo”, disse.

Duarte Siopa recordou a mensagem que o jornalista lhe dizia: “Eu sou o teu pai, não te esqueças! Que quero te ver brilhar toda a vida”.

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