fbpx

Duarte Siopa emocionado ao falar do filho: “Tenho um filho, nunca pensei ter um filho”

"Lembro-me perfeitamente de pensar: ‘é um miúdo que jamais posso deixar’”, declarou Duarte Siopa.

Ana Ramos
3 min leitura
Instagram

Duarte Siopa esteve, esta quarta-feira, no programa de Júlia Pinheiro, na SIC, onde falou sobre a sua vida pessoal, nomeadamente sobre o filho adotivo Diogo.

Quando trabalhava na Informação da RTP, em 1992, atendeu um telefonema com uma denúncia de crianças menores abandonadas pela mãe. “Fiquei muito impressionado”, disse.

“Uma senhora diz ‘eles são muitos miúdos, a mãe é prostituta, deve ser toxicodependente e ela não quer os miúdos lá em casa. (…) Há uma criança que tem dois anos, os irmãos ajudam-na a subir para um caixote do lixo, ele está lá e, depois, vai dormir com os irmãos para o vão das escadas”, recordou, referindo que pediu que o avisassem quando o menino fosse a sua casa novamente.

“Vejo um miúdo muitíssimo mal educado a comer”, começou por explicar, referindo que o menino não falava com ele. “Sento-me ao lado deste menino e disse: ‘Olha, não queres que te vá comprar brinquedos?’. Ofereci-lhe tudo e ele nunca olhou ou sorriu para mim. Continuava a comer e, entretanto, disse-lhe ‘Eu sei como te chamas, chamas-te Diogo e não te convido para vires para a minha casa… Ou queres vir para a minha casa?’. Ele vira-se para mim e disse: ‘Isso é o que eu queria’. Estas são as palavras que não me vão sair mais da cabeça”, contou Duarte Siopa, emocionando-se.

“Senti-me impotente. Nunca pensei em casar, em ter filhos, mas pensei ‘este miúdo é meu, tenho de o levar’. Ponho-o dentro do carro e ele vem comigo. O Diogo vai lá para casa”, continuou. “Lembro-me perfeitamente de pensar: ‘é um miúdo que eu nunca mais posso deixar, mas eu juro que vou aprender a amá-lo’”, explicou.

Duarte Siopa recordou a altura em que contou à família sobre Diogo, que era “tudo” o que os seus pais “pediram na vida”, e o que o pai lhe disse: “Tens o melhor coração do mundo e fizeste o que toda a gente devia ter feito”.

Cinco anos em tribunais se passaram para que Duarte Siopa conseguisse concretizar a adoção daquele menino, que se tornou o primeiro caso singular em Portugal a fazer uma adoção familiar.

“Começou a fazer parte da minha vida e era o mais importante. (…) Senti-me muito orgulhoso. Eu tenho um filho, nunca pensei ter um filho”, concluiu. “Muita gente diz: ‘são tão parecidos’”, acrescentou.

Diogo tem 31 anos e surpreendeu o pai em direto. “Chegar e amar uma criança como dele, é coisa de super heróis. Além de ser meu pai e sempre me guiar, sempre me apoiou, nunca julgou, sempre aceitou. É um ótimo companheiro de viagem também”, sublinhou.

Relacionado: