A mesma equipa que trabalhou na sequência de quatro capítulos da Grande Reportagem A Fraude, emitida em 2013, desvenda agora, em dois episódios, a verdadeira dimensão da herança tóxica do caso BPN.
No primeiro episódio, A Herança, vamos conhecer a Parvalorem, o universo de empresas do Estado que está a gerir os ativos tóxicos que a nacionalização do banco despejou na carteira dos contribuintes. Pela primeira vez, desde que foi criada, em 2010, a Parvalorem abriu a porta a uma equipa de televisão. Este universo de empresas gere uma carteira de dívidas de difícil cobrança, no montante de 4,5 mil milhões de euros e, como se fosse tudo farinha do mesmo saco, integra as 3 centenas de trabalhadores que o BIC não contratou, quando comprou o BPN.
Na empresa, onde se vive “uma hipocrisia silenciosa” e onde todos têm de “usar uma máscara”, como relatam alguns dos trabalhadores que entrevistámos, cada um sente possuir “um carimbo tóxico” e um “cadastro” em vez de um currículo. Há seis anos que vivem na iminência de um despedimento coletivo e com a angústia que essa situação transporta.
Entre 2010, ano em que foi criada, e finais de 2012, os responsáveis pela Parvalorem ignoraram a principal missão da empresa: a recuperação dos créditos. Entre 2009 e 2012 foram recuperados escassos 53 milhões de euros, numa carteira de créditos superior a 4 mil milhões.
No segundo episódio, A Cobrança, assistimos aos resultados da nova estratégia de recuperação e ficamos a conhecer, em detalhe, alguns dos principais devedores do BPN. O relato traduz a história do próprio banco: distribuiu avultados empréstimos sem cuidar das garantias. Numa sucessão de casos quase caricatural ficamos a perceber como se endividaram figuras próximas do antigo homem forte do BPN e da SLN, José Oliveira Costa. Da lista das personagens escolhidas fazem parte, entre outros, Ricardo Oliveira, Aprígio Santos, Joaquim Coimbra, Emídio Catum e Domingos Duarte Lima.
Grande Reportagem SIC – Depois da Fraude para ver quinta-feira dia 20 de novembro, no Jornal da Noite.
