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Daniel Oliveira está de luto: “Não sei por onde começar. Nenhum de nós sabe”

Duarte Costa
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Daniel Oliveira chora a morte de Manel, colega de trabalho com o qual partilhou os últimos 18 anos e que era “genial” em tudo aquilo que fazia.

Daniel Oliveira partilhou um longo desabafo nas redes sociais, esta terça-feira, para dar conta da morte de um colega (e amigo) muito estimado. Para além dele, outros profissionais da SIC também lamentaram o desaparecimento de Manel, como era conhecido por entre todos.

“O nosso Manel. Não sei por onde começar. Nenhum de nós sabe. Falta-nos o Manel que teria uma ideia qualquer genial, como fez com as milhares de peças de televisão que editou e das muitas ideias que a sua criatividade pôs em prática ao longo das últimas duas décadas. Comigo são 18 anos, a começar na velha Edipim, onde passámos uma vida inteira antes desta”, começou por escrever Daniel Oliveira.

“Tímido na primeira impressão e completamente galhofeiro depois disso, o Manel era um artista que não o quis ser, preferiu o tricotado mágico da edição e disso uma forma de arte. De futebol, percebia pouco mais do que as cores dos equipamentos, apesar das futeboladas “baliza a baliza” nos corredores. Ainda assim lá fomos de carro, com o David, até à Alemanha para vivermos 40 dias no Mundial 2006, cujas histórias seremos agora fiéis depositários”.

“O Manel foi genial em tudo o que fizemos nesse tempo para a RTP, foi ele que deu o brilho maior, o toque de midas, aos primeiros grandes trabalhos que fizemos com o Cristiano em Manchester e com muitos outros, que fizeram escola na televisão em Portugal. Aprendi muito com ele, o Manel era um garimpeiro de essências, das particularidades escondidas, conseguia ver o que mais ninguém via e descobria sempre a música certa para cada momento”.

“Conhecia bandas e temas que só ele conhecia. Nesse tempo e já depois na SIC, no Gosto Disto, o nosso Manel tinha sempre solução musical para maior maluqueira que um vídeo pudesse ter. “Que música metemos aqui?”, “Pergunta ao Manel!”. E era vê-lo como um menino travesso, com a gargalhada aberta a ecoar pelas salas à procura da solução ideal…”.

“O Bruno disse-me agora o que todos queríamos neste momento: que o nosso Manel aparecesse de repente num corredor, de calças para baixo ou enrolado em fita cola ou com outra macacada qualquer a dizer que isto é tudo a brincar. O nosso Manel era uma das alma da nossa equipa dos magazines há mais de uma década, era quem tornava leve o passar dos dias pesados, de formas não totalmente partilháveis”.

“Nunca deixou que os seus dias menos bons nos chegassem ou alterassem a alegria cúmplice que a presença dele emanava, e essa é uma forma grande altruísmo e amor. Nas nossas festas, ressurgia sempre o artista que ele havia sido em miúdo como Manel João Revelação e nunca foi menos que épico. Mais do que isso, muito mais do que isso, era um grande amigo de todos nós, que deixa um grande vazio”.

“Agora vamos ter de aprender a ser leves e felizes com a sua memória, com a loucura boa que ele nos deixou, para que não nos esqueçamos do que é essencial e das memórias felizes que deixamos nos outros. Saberemos pensar pela cabeça dele e ele merece que o façamos, que o mantenhamos vivo entre nós. Quanto a nós dois, meu Manel, as piadas que são só nossas, hoje têm menos graça. Piadas de uma só letra e repetidas por toda uma vida, em que bastava um dizer para o outro completar. Mais ninguém as sabe a não ser tu, Manel. Vou ter de as guardar comigo. No mesmo sítio em que te guardarei a ti. E talvez as continuemos a dizer sem ninguém ouvir. Obrigado por tudo, Manel”.

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