A porta da prisão está entreaberta. É um entra e sai constante, a qualquer hora do dia: condenados que chegam; reclusos que saem. Os que partem regressam à vida. Muitos, ao mundo do crime. E acabam, mais tarde, por voltar. Um pequeno ciclo vicioso.
A prisão de Tires é a casa de mais de 600 criminosos. A maioria mulheres. Rostos do tráfico, da droga, dos homicídios, dos roubos.
Carina Rente chegou há 3 anos. Não fosse aquele dia fatídico e tinha tudo para ser uma professora de sucesso. É uma das reclusas mais populares. Não pela falta de discrição. Apenas pelo crime hediondo que praticou: homicídio. O que a terá levado a matar a própria filha?
Em Sintra, Rodrigo carrega o peso da culpa. Foi correio de droga. Não há um único dia que não se lembre daquelas horas no aeroporto. Vinha do Brasil, alegadamente, de férias. Sozinho. Mais pesado à chegada do que à partida. 8 anos de castigo.
São quase 800 condenados. Sintra é cadeia só para homens. À imagem de muitas no país, falta tanta coisa. Sobretudo, guardas e celas.
Há 400 guardas a menos nas prisões portuguesas. A insegurança vai recrudescendo. Ao mesmo tempo, o número de reclusos não para de aumentar. Já ultrapassa os 14 mil. O valor mais elevado dos últimos 15 anos.
A SIC fez uma viagem a duas das maiores cadeias nacionais.
Acompanhou os rostos do crime. A luta pela redenção. A escola. A formação profissional. Os conflitos. Os medos. As saudades de casa.
Crime e Castigo uma reportagem especial de Pedro Freitas, a não perder, terça feira, dia 28 de janeiro, no Jornal da Noite.
