O programa ‘Estamos Aqui’, apresentado por Alexandra Lencastre, foi para o ar no sábado passado e pretende homenagear todas as pessoas que continuam a trabalhar todos os dias para ajudar no combate à covid-19.
No episódio deste sábado, foi possível acompanhar mais algumas destas iniciativas como é o caso de costureiras que “fabricam” material de proteção para ajudar os profissionais de saúde.
“Estar em casa e saber que existem pessoas que precisam de ajuda é difícil. E cá estou eu todos os dias a ajudar. Fazemos um pouco de tudo, mas as minhas grandes tarefas no projeto são ir buscar aos hospitais o tecido, transportar os kits, e receber os kits das costureiras” afirma Nuno Cruz, voluntário do projeto.
A equipa vai recolher o que está feiro para que as voluntárias possam costurar.
Bruno Frazão, dinamizador do projeto “Solidariedade Entre Linhas”, afirma que o intuito do projeto é mesmo o facto de “ser útil para a sociedade. Quero passar por cá e dar o melhor de mim à comunidade e estar presente”.
Rosa Silva, costureira, afirma que gosta do trabalho que faz e sente-se útil a ajudar. Este projeto é dinamizado pela Câmara Municipal de Setúbal.
Adelaide Lourenço, também voluntária, salienta igualmente que se “sente útil em ajudar os outros”.
O material produzido por estas voluntárias foi depois entregue ao Centro Hospitalar de Setúbal.
Helena Marmelo, enfermeira-chefe nesta unidade hospitalar, deixou uma mensagem de agradecimento. “As palavras que podemos deixar a este grupo de costureiras é de muito agrado, satisfação e gratidão. Muito obrigada em nome de todos os profissionais e doentes que se sentem mais seguros”.
Em seguida, foi possível observar a missão dos bombeiros de Ariosa-Rio Tinto e conhecer a história de Raúl Silva, um bombeiro que está de quarentena no quartel, longe dos filhos e da mulher que está no final da gravidez.
O bombeiro explica que “os bombeiros desempenham as tarefas diárias normais”. “Fazemos higienização das viaturas, o check-list das viaturas, material a trabalhar, material de incêndio para que esteja operacional e depois quando existe um caso suspeito temos de fazer a desinfeção”, explicou.
Raúl é um dos bombeiros que está de quarentena no quartel a assegurar a assistência a quem mais precisa e recebeu uma mensagem especial da mulher, Cláudia Cerqueira, e dos filhos.
“É um turbilhão de sentimentos. Acabamos de sentir alegria por vê-los porque estão todos bem e tristeza por não poder estar a acompanhar a gravidez da Cláudia regularmente”, salientou.
A ajuda no combate à Covid-19 multiplica-se e já existem iniciativas de norte a sul do país. No Algarve, um grupo de conceituados chefs juntou-se para cozinhar para quem mais precisa, no projeto “Alimentar a Saúde”.
Rui Silvestre, chefe do Restaurante Vistas, foi o criador da ideia. “O que nos move é saber que existem pessoas que precisam de ajuda. Isto começa quando nos apercebemos que os profissionais de saúde vão ficar muitas horas sem poder ir a casa”, começou por afirmar.
Depois, recorda, que começaram a cozinhar para as pessoas mais carenciadas.
Uma das aliadas do chefe Rui é a chefe Noélia Jerónimo.
“Eu sempre gostei de ajudar e quando soube que iria deixar de trabalhar, disse que estava disponível para ajudar. Quero ser útil para alguém. Quero marcar a minha passagem pela terra. Quero lutar contra esta guerra e ajudar quem precisa”, afirmou a chefe Noélia.
A associação MAPS – Movimento de Apoio à Problemática da Sida – é uma das instituições que recebe diariamente cerca de 150 refeições confecionadas por estes chefes.
Fábio Simão, responsável pela associação afirmou que “no primeiro dia o apoio chegava a 19 pessoas, no segundo a 32, a seguir a 60 e a partir daí aumentou brutalmente. Abrangemos atualmente mais de 340 pessoas”.
O chefe Rui Silvestre tem a consciência de que “ajudar alguém é gratificante”.
A chefe Noélia também partilha da mesma opinião e foi surpreendida pelos utentes da MAPS, que foram ao seu encontro com uma surpresa.
Fábio Simão, responsável da MAPS, afirma que “a Noélia diz sempre que é uma pessoa de poucas palavras e muitos sentimentos. Ela tem sido um suporte enorme para nós”.
A chefe Noélia afirma que vai continuar ajudar todos aqueles que precisam.
As ideias geniais não ficam por aqui…
Nuno Botelho criou uma “caixa solidária”, onde quem tem pode dar e quem precisa pode ir buscar os alimentos. “Leve o que quiser, deixe o que precisar”, é o lema.
O responsável pela iniciativa decidiu deixar a caixa em frente a sua casa e rapidamente teve uma grande adesão dos vizinhos.
Nuno gostava que a caixa solidária se replicasse de norte a sul do país e também nas ilhas para que o projeto pudesse crescer.
Após esta ideia, ficámos a conhecer o projeto “Vizinho Amigo” que conta com mais de 5.000 voluntários e Pedro Barroso como embaixador.
“Senti que quereria fazer algo mais. Cresci aqui de forma saudável e há muitas mãos que estiveram disponíveis para me ajudar e é importante dar este retorno”, afirmou Pedro Barroso.
A primeira paragem foi feita na casa da “avó Isilda”. “Estes jovens sentem prazer em ajudar os outros”, reforçou esta avó.
A avó Isilda é fã da Marisa e recebeu um carinho especial da cantora, através de uma mensagem gravada.
Depois de saírem da casa da avó Isilda, os voluntários foram rechear a despensa da “avó Teresa”.
“É uma mais valia a vossa existência. É tranquilizante existir alguém que nos traz o que precisamos”, afirmou a avó Teresa.
Em Torres Novas também há um projeto de jovens voluntários denominado “Nós vamos por Si”, em que os voluntários fazem todo o tipo de recados a quem mais precisa.
A ideia partiu de João Campos que depois desafiou o amigo António Abreu e mais 10 jovens.
O responsável pela iniciativa afirma que “o que o move é querer ajudar [as pessoas] naquilo que precisam. Nós não sabemos o dia de amanhã. Se precisarmos de alguma coisa, agradecemos que nos ajudem”.