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Conan Osíris desabafa: “As pessoas têm a visão que sou grande drogado”

Vanessa Jesus
3 min leitura
Reprodução Instagram

O vencedor do Festival da Canção foi o convidado entrevistado por Daniel Oliveira, este sábado, no ‘Alta Definição’, da SIC. Tiago Miranda, de nome artístico Conan Osíris, falou entre os vários temas, do seu passado, marcado pela toxicodependência do pai, e do bullying que sofreu.

“Não posso ser tirano e pensar que chego e as pessoas vão respeitar-me. Estou a chegar agora ao mundo das pessoas e estou quase a ser imposto. Quem sou eu para dizer: ‘Eu sou uma pessoa séria'”, começou por dizer. “As pessoas têm a visão que sou grande drogado e que faço trinta por uma linha. Um dia relaxante para mim é aspirar a minha casa e fazer a cama de lavado. Sou mesmo calmo. Eu curto mesmo estar na minha”, acrescentou.

Voltando atrás no tempo, recordou os episódios vividos com o seu progenitor, que era toxicodependente. “Quando estávamos os dois não me protegia muito. Havia conversas que eu sei que não eram propícias para a minha idade. Lembro-me de estar num muro e ele dizer: ‘Não tens tomates para te mandar daí’. Era um segundo andar. Se eu fosse um puto burro, mandava-me”, recordou.

O pai morreu quando Conan Osíris ainda era criança. “Nunca duvidei do amor que tinha por mim. A minha mãe dizia-me sempre que ele gostava bué de mim. Ela contou-me que nos últimos dias, ele começou a escreveu uma carta para mim que nunca acabou”, relembrou. O artista falou ainda do avô, que morreu vítima de cancro quando já tinha “vinte e poucos anos”. “Não são saudades [do meu pai] como tenho do meu avô. Até era uma falta de respeito para o meu avô eu dizer que era igual”, disse.

A sua adolescência foi marcada por vários episódios de bullying. “Estar em sítios, puxarem-me o cabelo e dizerem: ‘Não é peruca!’”, “levar com pedras na cabeça” e “tirarem-lhe as calças e cuecas no bar da escola”, foram alguns dos exemplos que deu. “Não fazia educação física. Algumas dessas cenas aconteceram nesses sítios. Tenho nojo do cheiro de balneários por causa disso”, afirmou.

“Houve uma professora de inglês que uma vez ao fazer a chamada disse o meu nome, eu respondi que estava e ela disse: ‘Tiago? Tem a certeza que não é Tiaga?’”, contou. Apesar de nunca mais ter reencontrado colegas e professores que erraram consigo, Conan afirma que sonha com isso algumas vezes onde surge a abraçar essas mesmas pessoas. “A essência do sonho é o meu cérebro a dizer que está resolvido”, remata.