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Após ser coroada Miss Portugal, Marina Machete quer canalizar atenção para “ação social”

Em novembro, Marina Machete vai estar em El Salvador a representar Portugal no concurso Miss Universo.

Ana Ramos
4 min leitura
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Marina Machete foi considerada, recentemente, Miss Portugal e concorre agora a Miss Universo. A jovem esteve, esta segunda-feira, na “Casa Feliz”, na SIC, para falar sobre este prémio e também sobre o facto de ser a primeira miss portuguesa transexual.

Desde 2014 que queria participar num concurso que a qualificasse para Miss Universo, mas só este ano é que foi possível, visto que foi “o primeiro ano que permitiu que mulheres trans participassem no concurso Miss Portugal”.

Quanto à vitória, foi algo que Marina Machete “não estava à espera”: “Fiquei muito surpresa com a coroação e não estava à espera, mas, realmente, foi um culminar de vários anos de expectativas em relação à minha participação no concurso”.

“Felizmente, triunfei na noite final e estou muito orgulhosa do trabalho que foi feito por mim, mas pela organização também”, acrescentou Marina Machete.

Nos últimos dias, vários têm sido os comentários, positivos e negativos, sobre a sua conquista, mas Marina Machete garantiu que quer canalizar a atenção nacional e mundial para a sua “ação social”, para a “equidade e para a inclusão”: “E, realmente, tornar aquilo que, às vezes, pode ser menos positivo numa coisa muito positiva”.

A 18 de novembro, Marina Machete vai estar em El Salvador a representar Portugal no concurso Miss Universo: “Acima de tudo, representar o meu país. Vai ser maravilhoso! Sou uma mulher portuguesa, acima de tudo. E espero que fiquem orgulhosos de mim, de alguma maneira”.

Marina Machete confessou que se sente “preparada” a nível psicológico para este desafio e também “ansiosa”: “Vou tentar chegar lá e aproveitar ao máximo”. No concurso, também a Holanda vai estar representada por uma miss transexual: “Acho que vamos partilhar um momento histórico”.

Marina Machete contou ainda que desde muito nova percebeu que tinha nascido no corpo errado: “Desde cerca dos quatro anos que toda a gente à minha volta e eu mesma sabíamos que eu tinha uma essência feminina e que eu seria uma pessoa diferente da maioria”. “Com o início da adolescência e aos 10 anos, realmente, eu percebi que era uma mulher e que me sentia uma mulher. Depois, iniciei o processo de transição”, continuou, referindo que, por parte da sua família, “inicialmente, houve um choque”, essencialmente, porque, na altura, havia “falta de informação”.

“Eu quero que as pessoas percebam que isto é, realmente, uma condição médica que afeta pessoas reais, que têm histórias, que têm uma vida, que têm coração, que têm sentimentos. E que nós, realmente, somos pessoas que simplesmente queremos ser felizes e que somos tratadas e acompanhadas por médicos, por equipas multidisciplinares que, realmente, estudam uma vida inteira para conseguirem analisar os casos e realmente fazer com que nós consigamos viver uma vida plena e feliz”, rematou Marina Machete.

Veja aqui uma parte da conversa.