Francisco Moita Flores foi um dos convidados de Júlia Pinheiro, esta quinta-feira, na SIC, e falou sobre o seu regresso à Feira do Livro de Lisboa, após o enfarte que sofreu.
Foi em setembro do ano passado, quando dava autógrafos na Feira do Livro de Lisboa, que o antigo inspetor da Polícia Judiciária sofreu um enfarte do miocárdio. Este ano, Francisco Moita Flores resolveu voltar ao mesmo local.
“O primeiro dia, este ano, foi mau, porque vinha-me à memória o dia em que cheguei e não me lembro de ter partido. Custou-me a entrar na Feira. Andei à volta com muitas borboletas na barriga”, contou.
“Precisava de duas coisas: De ir sozinho como fui da primeira vez e precisava de me sentar na mesma mesa, como foi da última vez. Andei em volta, como um gavião, a aproximar-me”, continuou Francisco Moita Flores.
“Fui cumprimentar a D. Cristina, das farturas, que foi a última coisa que fiz antes de entrar na Feira, que vem dar-me um abraço e que me diz: ‘Eu estou proibida de lhe vender farturas’. Depois, entrei e aproximei-me da mesa com muita ansiedade. E, aí, o pessoal da Leya a ajudar-me, um grande grupo veio, deram-me abraços, beijinhos, fotografias”, descreveu.
Francisco Moita Flores disse que começaram a aparecer pessoas e foi aí, quando se sentou, “no meio daquele frenesim”, quando começou a assinar os primeiros livros, que “passaram as borboletas”.
“Eu agora estou melhor, mas houve uma altura em que, todos os dias de manhã que me levantava, havia essa angústia para resolver. Foi muito complicado, mas, hoje, felizmente, estou com a cabeça afastada desse tormento e está a correr melhor. Psicologicamente, ainda um bocadinho perturbado, mas é normal”, declarou.
Francisco Moita Flores referiu que voltou a escrever “há pouco tempo”: “Ainda não acelerei. A única coisa que me apetece fazer é entregar-me ao amor da minha vida, que é escrever. Não me apetece mais nada. Não me apetecem os enchidos, o presunto, isso está tudo fora. Esqueci-me da adrenalina, esqueci-me de tudo isso. Espero não desiludir quem me lê”.
“É uma vida diferente, é uma vida com mais saladas, com mais contemplação”, acrescentou.
Francisco Moita Flores recordou ainda o momento em que acordou, dias depois do enfarte, numa visita da filha: “Foi uma boa experiência ter desperto para a minha segunda vida com a minha filha a olhar para mim”.
Veja aqui uma parte da conversa.