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António Cordeiro vive drama sem cura

Pedro Vendeira
4 min leitura

António Cordeiro, de 59 anos, não tem motivos para sorrir. O ator tem estado sem trabalho e para piorar, foi diagnosticado com uma doença neurodegenerativa incurável e rara, e se os sintomas não foram controlados, podem provocar a morte.

TV7 Dias cruzou-se com o ator na tenda VIP no festival NOS Alive deste ano e foi quando constataram o estado débil de António Cordeiro, e que acabaria por confirmar à publicação que era portador de uma doença neurodegenerativa: PSP (Paralisia Supranuclear Progressiva). Quando questionado sobre o seu estado de saúde, o ator apenas disse: «Não está grande coisa. Estou a ser medicado», acrescentando: «É um problema neurológico, neurodegenerativo. Limita-me a fala e o andar».

Infelizmente este tipo de doença tende a agravar com o passar do tempo e «não existem tratamentos para curar, atrasar ou parar a progressão», conta o ator, revelando que naquele dia já tinha caído ao chão duas vezes, tenso sido necessário levar pontos na testa. Já no festival, foi ajudado pelo humorista Francisco Menezes. «Caí, mas não me magoei. Tenho um problema nos movimentos [N.R: disse a gaguejar] e tenho um problema no meu falar. A doença é a chamada PSP – Paralisia Supranuclear Progressiva».

Mostrando-se preocupado com as limitações da doença. «É muito preocupante para mim, na verdade porque não temos em Portugal um olhar muito correto em relação aos artistas. As pessoas são obrigadas a trabalhar até morrerem», desabafa.

A Entrevista – António Cordeiro | Mar Salgado

O ator descobriu que tinha esta doença há cerca de um ano, após se sentir mal e ir às urgências do hospital. Mas não foi descoberta na primeira visita. «Senti-me mal e fui ao hospital, onde fui medicado com antidepressivos. Mas o mal-estar não me pas­sava, era um mal-estar muito evidente. Era uma coisa muito estranha, nem sei explicar o que sentia. A minha mulher é que é uma pessoa muito atenta e es­tava a ficar preocupadíssima comigo, porque via-me a falar cada vez mais depressa. Então fui fazer uma resso­nância magnética».

Uma fonte falou com a TV7 Dias, e contou que percebeu que alguma coisa se passava com o ator nas gravações da novela Espelho d’Água – o seu último trabalho na televisão. «Ele já estava péssimo. Falava muito baixo, estava fisicamente debilitado, tinha dificulda­des em memorizar os papéis, notava-se que não estava… parecia que tomava comprimidos para a depressão. Estava lento nas conversas», sem imaginar que afinal a doença do colega de profissão é muito mais grave. «Comentava-se o estado dele nas gravações, mas a pressão que temos é tão grande, tanto texto e eu estava muito focada no meu trabalho. Não posso dizer que dispus de tempo para perceber o que se passava com o António. Parece que não está muito bem, que está medicado».

Outra drama na vida de António Cordeiro, é a falta de convites para trabalhar. «É verdade. Tenho estado afastado porque não tenho convites nenhuns. Sinto-me esquecido. Não lido muito bem. Não tem sido fácil na verdade, porque já sou ator há 30 e tal anos». Revelando que está já a gastar das poupanças para sobreviver. «Tenho tentando não gastar o meu dinheiro, tenho uma conta com dinheiro».

Estes foram alguns dos últimos trabalhos de António Cordeiro em televisão: Espelho d’Água (SIC, 2017/18), Coração d’Ouro (SIC, 2016), Mar Salgado (SIC, 2014/15) – Henrique Pelicano, Depois do Adeus (RTP, 2013), Laços de Sangue (SIC, 2010) – Álvaro Brito e Perfeito Coração (SIC, 2009).

 

 

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Amante da tecnologia e apaixonado pela caixinha mágica desde miúdo. pedro.vendeira@atelevisao.com