Ana Patrícia Carvalho esteve no programa Alta Definição da SIC, onde partilhou algumas histórias da sua vida pessoal. Durante a conversa, a jornalista contou a Daniel Oliveira sobre o terrível acidente que sofreu pouco antes de partir para o Brasil.
Ana Patrícia foi “atropelada quando atravessava a passadeira” e ficou gravemente ferida. “Tinha tudo para não estar ali… O meu pai ligou-me para me ir buscar, o meu irmão também ligou-me para ir o buscar (…) Eu saía do autocarro e atravessava logo a estrada, não ia à passadeira, mas naquele dia fui. Esperei que me dessem passagem e, quando estava mesmo a sair da passadeira, houve um carro que virou e outro vinha em alta velocidade! Voei um pouco… Fui projetada e fui de rojo no alcatrão“, começou por contar a jornalista.
“No local, tentei-me levantar. Olhei para a roupa, vejo-me toda cheia de sangue e apaguei. Depois só acordei no hospital”, contou Ana Patrícia Carvalho.
“Lembro-me de me ter visto ao espelho. Vi uma Patrícia desfeita, literalmente. Estava imobilizada. Tinha partido braços, pernas. A parte mais visível, além de tudo o que eu parti… eu bati com a cara no passeio e o corpo no alcatrão… não tinha este bocado de cara. Já é duro, imagina para quem, há uns meses, tinha vencido um concurso de beleza. Passas de bela a monstro em segundos”, confessou.
A comunicadora também partilhou que a pessoa que a atropelou fugiu, no entanto, mais tarde acabou por ser identificada.
A luta contra o HPV
Mais à frente na conversa, Ana Patrícia Carvalho recordou, quando, aos 31 anos, descobriu que tinha o Vírus do Papiloma Humano (HPV).
“80% das mulheres tem HPV, em muitas não se manifesta. Noutras, degenera em células malignas, foi o meu caso. Quando descobri, pensei: ‘Mas porque é que isto me está a acontecer”, afirmou.
Mas a jornalista, de 38 anos, recordou que houve uma falha no dianóstico. “Houve ali uma falha no diagnóstico e uma negligência médica evidente. Comecei a ter outros sintomas e quando fui pedir uma segunda opinião, a médica disse-me que tinha de fazer uma biópsia. A médica ligou-me e disse que a intervenção tinha de ser feita já. Tentei gerir a coisa muito sozinha. De três em três meses tinha de ser acompanhada, voltei a fazer outra intervenção e foi aí que tive de contar à minha mãe. Claro que não dei uma carga muito pesada à questão. Falar de cancro na minha família é algo que nos toca muito e tentei levar a situação com alguma leveza. Mas no meu íntimo não havia essa leveza”, notou Ana Patrícia Carvalho.
Ao longo dos três anos em que lutou contra o HPV, a jornalista acabou por sentir algumas limitações. “Consegui, em bom tempo, estancar o vírus. Mas foi uma luta de ainda três anos. É uma angústia permanente e algo muito íntimo. Fica-se com algumas limitações a andar, não se pode fazer alguns esforços”, rematou.
O sonho de ser mãe
Quanto ao sonho de ser mãe, Ana Patrícia Carvalho assume: “Sei que nesse período era mais difícil para mim. Poder colocar em risco essa hipótese de ser mãe era algo que me assustava. Estava a fazer tudo bem e não conseguia estancar o vírus.”
A jornalista revelou, que um tempo mais tarde, descobriu que andava a ser traída pelo namorado. “Estamos a falar de uma doença sexualmente transmissível. Além do desconhecimento, há um tabu e estigma.”
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