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Alexandre Nero comenta troca de vilã em «Império»

Diana Casanova
4 min leitura
Imagem: TV Globo
Imagem: Tv Globo
Imagem: TV Globo

Conhecida que foi a decisão de Aguinaldo Silva de substituir Drica Moraes por Marjorie Estiano enquanto Cora, devido a questões de saúde da primeira, o protagonista de Império já veio elogiar ambas as colegas. Através da sua página de Facebook, Alexandre Nero disse o seguinte:

Contracenar com a Drica Moraes é tão engrandecedor, tão definitivo, pela atriz e pessoa doce-gentil-diaba-profissional-desgraçadamentengraçada que fica difícil falar algo sobre a ausência dela na novela que não seja «melhore logo, e se der volte», seja como Cora, Coralina, Carolina, Creolina, uma cobra ou mesmo Zé Alfredo. Ela dará um show na pele que quem estiver. Como se substitui uma das principais personagens de uma novela de sucesso absoluto (cerca de 60/70 milhões/expectadores de TV/dia. Sem contar com os que assistem via internet, que estima-se chegar a 100 milhões ao todo) interpretada por uma das melhores atrizes do mundo da noite para o dia? (Mundo sim! Me nego a me entregar ao complexo de vira-lata no quesito novela. O que fazemos é muito foda. Novela não é filme, nem seriado, nem teatro. É insanamente difícil para o ator, ou para qualquer pessoa envolvida. Eu diria «impossível», caso já não existisse. Por isso não devemos mesmo nada a qualquer lugar do mundo).

Para substituir vem (ou volta) Marjorie Estiano, a Cora de 28 anos atrás na primeira fase da novela. Ontem gravei as cenas da sua primeira aparição nessa nova fase. Marjorie foi chamada às pressas, e da noite pro dia encarou uma das principais e mais esperadas cenas da novela: «a primeira noite de amor na vida de Cora». Como eu já sabia e só se confirmou, fui testemunha de uma das mais brilhantes interpretações que já vi. O extraordinário sempre nos deixa perplexos. Marjorie é desse tipo de artista.
Portanto sai Drica, entra Marjorie. Sai génia e entra génia.

Quanto à solução que Aguinaldo criou na trama para essa substituição, só creio cada vez mais que Aguinaldo nasceu no país de Lewis Carroll, tomou do suco de laranja de Anthony Burgess, que diria «inverte a coerência lógica do mundo… O modo bizarro de fazer sentido». Em seu ensaio intitulado Nonsense, discorre que a mesma é um misto de sarcasmo e riso, ingenuidade e ternura. Na solução nonsense, é possível imaginar o modo como Aguinaldo percebe a sociedade em que vive e se integra. Uma escrita que surge como via de protesto. Há tons humorísticos no discurso, não anunciando apenas o absurdo, mas uma espécie de niilismo entre o mundo e as suas representações, nós próprios e as coisas.
Sobre o Aguinaldo talvez Deleuze dissesse: «O nonsense, aquele que desafia a realidade que temos como normal».

Eu digo: «Você é um louco de pedra! Um sacana! Um zoeiro! Não tem medo do ridículo? Do estapafúrdio? Fez o que não podia! É um absurdo o que você está fazendo. Passou dos limites!» (e isso, sim, seria um ELOGIO, pois, mais que a Lua, admiro os lunáticos).
Ps: quanto alguns óbvios comentários de que se o Comendador também fará plástica e voltará o
Chay, revelo que o que vocês ainda não perceberam é que «Alexandre Nero» é um heterónimo do Chay. Eu não existo! O «Nero» é o Chay com maquilhagem e barba, cabelo e barriga postiças. Essa é a mais pura verdade! Sinto decepcioná-los mais uma vez.

Alexandre Nero

Redatora e cronista