Terra Nova

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A Humanidade encontra-se à beira da extinção devido a um colapso ambiental. Terra Nova é Fora de Série!

Apesar de estarmos prestes a entrar no século XXII, a solução para os seres humanos poderá estar no passado… há milhões de anos. É este o mote de Terra Nova, uma série da FOX que estreou nos EUA na noite de terça-feira.

No presente, a Terra perdeu coisas tão simples como nuvens, sol, ou uma simples laranja… que foi consequência da ação humana, a ambição desmedida do Homem. Apesar de tudo, existe uma segunda oportunidade para começar de novo, mas apenas para alguns, os “escolhidos” têm essa possibilidade. É aí que conhecemos uma família que com um grupo de pessoas vai para o passado, 85 milhões de anos atrás, numa época em que os dinossauros são um perigo constante, mas o ar e o ambiente estão sãos, ao contrário do presente. Esta temática tem, claramente, o dedo de um dos produtores da série, Steven Spielberg, o conhecido cineasta que costuma desenvolver muito bem este tipo de enredo.

Num episódio que serviu de apresentação a Terra Nova, uma civilização no passado que é incrivelmente rica em surpresas, perigos e paisagens maravilhosas. É isto que se pode esperar da série… mas veja o trailer de apresentação à mesma.

http://www.youtube.com/watch?v=X6aNEIZwPFc

Quem é quem?

Como seria de esperar num primeiro episódio não dá para fazer uma análise detalhada de cada personagem, mas podemos fazer uma referência aos núcleos que existem e globalmente às suas ligações. Existe um núcleo mais juvenil, que inclui os membros mais jovens da família Shannon. Zoe (Alana Mansour) é a mais nova, que para entrar na Terra Nova tem de ser escondida, pois no mundo atual e por força da poluição e escassez de recursos, as famílias são impedidas e obrigadas a não ter mais filhos. Porém, Jim (Jason O’Mara) e Elizabeth (Shelley Conn) Shannon não acatam essa proibição e acabam por ter de viver a esconder a pequena Zoe. É também por essa razão que Jim é detido, 2 anos antes de ir para Terra Nova, ao ter atacado um polícia e acaba por perder dois anos da vida familiar por estar na cadeia. Devido a esse facto, Josh Shannon (Landon Liboiron) fica revoltado com o pai. Já Elizabeth, quando Jim regressa, também tem alguma relutância na sua receção. Na realidade trata-se mais de uma adaptação conjunta à rotina familiar. Por último, Maddy Shannon (Naomi Scott) é uma jovem muito inteligente e um pouco “nerd” mesmo.

Esta família que parece normal tem então de se adaptar à nova rotina familiar mas também à nova civilização em que vivem. Uma civilização pré-histórica onde os mistérios são muitos e que dá, no fundo, para imaginar como essa altura teria sido, ou como a vida e a civilização atual podem ter sido originadas.

Por que não devo perder esta série?

Como não podia deixar de ser, tendo a marca Spielberg, os efeitos especiais estão em foco nesta produção. Porém, confesso que achei que havia um pouco de tudo, desde paisagens absolutamente maravilhosas, a planos filmados nos conhecidos ecrãs verdes que estavam demasiado “colados” que acabam por prejudicar um pouco a nossa atenção na ação.

Julgo que a história é interessante do ponto de vista histórico e até de reflexão pessoal acerca daquilo que estamos a fazer ao nosso planeta, da iminente possibilidade da humanidade ficar sem recursos que podem ser os mais simples e banais nos dias de hoje, mas que quando escassos se tornam de extrema importância. No fundo, é interessante perceber também a aventura de Zoe, pois esta não conhece a Terra como a conhecemos hoje, isto é, sem estar contaminada e degradada como no início do século XXII. Assim a pequena Zoe vai descobrindo as laranjas, a lua, o sol, as nuvens e até os dinossauros que acaba por tratar como animais de estimação.

Para além disso, e por se tratar de um novo mundo, por assim dizer, vamos descobrindo inúmeras coisas que são semelhantes ao presente, desde a distinção entre “bons” e “maus”, a gestão dos recursos disponíveis entre as duas “nações” existentes, etc. É interessante descobrir a cada episódio coisas novas.

Por essa razão podemos encarar Terra Nova como um alerta para o nosso presente e futuro, pois se na série temos a possibilidade de recuar a uma civilização do passado para reconstruir tudo de novo, receio bem que na realidade isso não seja possível… para já.

O que podia ser melhorado?

Como a generalidade das séries, quanto a mim, Terra Nova peca um pouco por ser demasiado fácil e rápido criar relações de amizade (ou algo mais) assim do nada… Compreendo que se tenha de rentabilizar o tempo de antena, mas daí a na primeira interação já se ser o melhor amigo, para mim, é estranho. Por outro lado, também notei muitos clichés à volta das relações que iam surgindo, mas vou aguardar para perceber como vão evoluindo ao longo da temporada e se nos reservam alguma surpresa.

No geral, considero que Terra Nova vale sobretudo pela parte de ficção científica e pelo mundo de fantasia que foi criado. Estou curiosa para descobrir mais e, por isso e peso embora os clichés, vou continuar a acompanhar esta aventura numa civilização pré-histórica.

Aconselho aos amantes de ficção científica e não só!

Redatora e cronista
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