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Uma questão de tempo e motivação permanente

A Televisão
5 min leitura

É inevitável questionar o sucesso do mais recente programa matutino da televisão portuguesa, Querida Júlia, apresentado pela própria Júlia Pinheiro que assume a condução deste novo programa desde o décimo quarto dia do mês de março do ano corrente.

Mais do que reconhecido, o currículo da apresentadora e o seu positivo desempenho nas mais diversas componentes de televisão, preenchiam os requisitos mais do que necessários para a estação liderada por Francisco Pinto Balsemão a querer de volta ao canal, onde em tempos brilhou com a condução de programas que ficarão para sempre marcados como grandes êxitos da SIC: Praça Pública, SIC 10 Horas, Noite da Má Língua, Noites Marcianas, Às Duas por Três, entre outros. Ainda assim, o seu regresso com Querida Júlia, surge em circunstâncias que podem não ser benéficos, por mais adorado e bem sucedido que seja o profissional de televisão.

Antes demais, há que realçar que Júlia Pinheiro volta à primeira estação privada de televisão portuguesa com uma exigente carga de trabalhos, nomeadamente o lançamento e condução do grande formato Peso Pesado I, que veio mudar a definição de reality-show em Portugal, e claro, o novo programa das manhãs que se apresenta ao serviço contra a liderança absoluta, no horário, da estação concorrente. A juntar a esses “pesados” trabalhos, a Júlia é ainda concedido o cargo de diretora de formatação de conteúdos do canal.  Há que ver bem o panorama geral e perceber que foram muitas as tarefas a cargo da apresentadora.

Criticar, julgar e/ou condenar atitudes pessoais é, na minha humilde opinião, algo ridículo. Todos os dias, a estes bons profissionais do meio audivisual, surgem propostas de trabalho que podem deixar mais ou menos curiosidade e consequente vontade de as realizar. Acho sinceramente que a opção de Júlia Pinheiro foi uma decisão profissional, que, de forma íntima e pessoal aquela que é, para mim, a melhor apresentadora de televisão portuguesa, ponderou e cogitou da forma mais coerente possível. Não há qualquer crítica ou julgamento que se possa fazer, senão ao seu desempenho nas diversas funções que acarreta.

Agora, somente e exclusivamente dedicada a Querida Júlia, a apresentadora reúne todos os esforços por conseguir em primeiro lugar, conceber um programa num registo de talk-show de qualidade, ao nível da concorrência, mas sobretudo um programa que faça a “opinião e crítica pública” pronunciar-se de forma positiva. Em segundo lugar, e na linha do público, chegam-lhe as prioridades de um canal que pertence a uma cadeia privada de televisão, as difíceis audiências. Apesar do nome e do reconhecimento, Júlia Pinheiro enfrenta autênticos “pesos pesados” da televisão, que a mesma reconhece enquanto excelentes e dedicadíssimos.

Manuel Luís Goucha e Cristina Ferreira, representam nesta difícil batalha matinal, os líderes atuais. Mas mais do que liderança, à equipa de Você na TV! está incutido o espírito de trabalho, equipa, dedicação e originalidade. Se dos apresentadores nos chega uma divertida companhia, que sabe como cativar e fazer soltar, literalmente, valentes gargalhadas, do outro lado das câmaras, está uma equipa coordenada pelos dois apresentadores que diariamente trabalha por manter um projeto líder, dentro das exigências dos espetadores que com maior ou menor fidelidade assistem e uma constante renovação de conteúdos. Também da estação pública nos chega um bom programa de entertenimento, conduzido por Jorge Gabriel e Sónia Araújo, Praça da Alegria mantém a sua originalidade, aliada a uma descontração e conteúdos exclusivos, a que a RTP já nos habituou.

Dir-se-á que Júlia Pinheiro tem tudo o que precisa para ser “rainha das manhãs”, ainda assim, vai faltar-lhe sempre tempo e dedicação por parte de toda uma equipa que tem de se manter motivada para, diariamente, combater verdadeiros “pesos pesados” da televisão. Sair derrotada nesta fase de conquista de audiência, não pode, nem deve, representar um perigo para as manhãs da televisão do grupo Impresa, bem pelo contrário, se hoje são mais de 100 mil os espetadores que fielmente seguem a emissão de Querida Júlia, daqui por uns tempos esses mais de 100 mil começarão a proliferar e a crescer em “números”, basta que para isso haja o espaço de tempo necessário (sejam 2, 3 ou 6 anos) para que o programa que marcou o regresso de Júlia Pinheiro ao terceiro canal, conquiste o seu território e o seu público. É uma questão de tempo e de motivação permanente.

 

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