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Um ‘talent show’ com qualidade

A Televisão
6 min leitura

Chegou ao fim aquele que foi um dos melhores talent shows dos últimos anos. A fórmula, essa, parece já estar gasta (apesar de estar prestes a chegar, novamente, um programa de «caça talentos» para aspirantes a cantores), mas a produção do programa da RTP1 em nada deixou a desejar! Depois de 8 meses à procura d’ «A Voz de Portugal» e 4 meses de emissões semanais (divididas em «Prova Cega», «Batalha» e as Galas ao vivo), encontrou-se o vencedor: Denis Filipe.

Indo por partes, e começando pela apresentadora, Catarina Furtado esteve irrepreensível. Esteve como «peixe na água», fazendo lembrar outros tempos (as temporadas iniciais de «Operação Triunfo»): conduziu todas as fases do programa com perfeição, envolveu-se no formato, criou empatia com os concorrentes e interagiu bem com os mentores. Em suma, foi a escolha acertada para estar à frente do talent show.

E por falar em mentores, não poderia ter sido feita uma melhor selecção. Quanto a mim, dos quatro escolhidos (Anjos, Mia Rose, Paulo Gonzo e Rui Reininho), a grande revelação foi Mia Rose. Só a conhecia como cantora e penso que nunca tinha visto, se quer, uma entrevista sua (em vídeo)… E a surpresa não podia ter sido melhor. Fiquei seu fã, confesso. Mia Rosa foi mais que uma mentora; foi uma amiga. Disse as palavras certas no momento certo, tomou decisões sensatas, teve uma postura correcta. Mostrou que fizeram muito bem em apostar em si para este formato. Ao seu lado, teve os Anjos, mais que habituados a estas andanças (já conduziram um programa de televisão e já fizeram parte de um júri de um formato semelhante, o «Família Superstar»), sempre iguais a si. Rui Reininho foi outra grande surpresa; apesar do seu discurso de quem está a leste de tudo, fez soltar muitas gargalhadas com a sua postura descontraída e fez um óptimo par com o Paulo Gonzo nas suas picardias. Este último foi um senhor; Paulo Gonzo manteve o seu discurso sábio de quem sabe do que fala (se sabia sempre). Em suma, o programa ganhou por ter um grupo de mentores que realmente percebe do que fala. Um grupo de luxo!

Da «Prova Cega» às Galas em directo, passando pela fase das «Batalhas», «A Voz de Portugal» destacou-se pela grandiosidade cenográfica. Sempre com novos cenários, cada vez mais marcantes e potentes à medida que a competição ia avançando. Se as fases de selecção tiveram um cenário enérgico, o cenário das Galas em directo foi majestoso. E o estúdio, com 800 pessoas a assistirem, ao vivo, ao espectáculo, era grandioso, dos mais emblemáticos da televisão portuguesa. Mais um grande ponto (no meio de tantos!) a favor deste programa.

As trinta e duas vozes que chegaram às Galas em directo foram bem escolhidas, dentro dos estilos e particularidades de cada uma. E, os finalistas, entre tantos que poderiam estar na final, também mereceram lá estar. Em relação ao vencedor concordei com a vitória do Denis. Gostava que a Bianca tivesse obtido uma melhor classificação e não percebi a antipatia que surgiu em relação à sua pessoa… Por o Paulo Gonzo a ter preferido? Também os Anjos preferiram sempre o Ricardo e ele ficou em 2º lugar! E, à medida que o programa se aproximava da revelação do vencedor, fui torcendo cada vez mais pelo Denis quando este se confrontou com o Ricardo (também torcia pela Bianca, mas esta já tinha ficado em 4º lugar); primeiro, porque achava que era agora a altura de novos rostos, de novos talentos, de novas pessoas terem oportunidade de vingar no mundo da música (eu sei que o Ricardo também estava na competição e merecia ganhar tanto quanto os outros) e depois porque a postura do Ricardo, com ar de quem já tinha ganho mesmo sem se saber quem era o vencedor, não me agradou (e já há algum tempo que ele vinha a ter uma postura convencida). Mas confesso: quando a Catarina revelou o vencedor, fiquei muito admirado, pois contava que o Ricardo ganhasse (e não ficasse, pela segunda vez, em 2º lugar num talent show); apesar da admiração, fiquei feliz pela vitória do Denis (com 51% dos votos), bem merecida (ele arrasou na última actuação!). E, claro, o mentor Rui Reininho venceu também a noite!

Com o fim do programa (que infelizmente não se destacou o quanto merecia a nível audiométrico), vamos aguardar pelo CD do Dénis Filipe. Aguardemos pelo seu projecto e o que mesmo tenha o destaque e projecção que um vencedor deve ter. Afinal, ele é «A Voz de Portugal»!

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