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Um programa que já é da praxe

A Televisão
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Num dia em que a SIC estreou Queridas Manhãs e a TVI emitiu o segundo episódio da recém-estreada O Beijo do Escorpião, eu diria que o acontecimento televisivo de ontem foi a emissão do Prós e Contras dedicada ao tema das praxes académicas. Um debate aceso sobre um assunto polémico e que tem estado no topo da atualidade, e que por isso teve imenso impacto, visível nas redes sociais.
O impacto refletiu-se também nas audiências: embora tenha estado longe das novelas da SIC e da TVI, Prós e Contras registou 5.1% de rating e 15.1% de share, correspondente a cerca de 480 mil espetadores – mais do triplo da emissão da semana anterior, e um dos melhores resultados de sempre do programa. Um resultado excecional de um programa que cada vez atrai menos espetadores e que continua «encostado» pela RTP1 a um horário absurdamente tardio.
Certamente o programa não teria a mesma audiência se o tema fosse outro. Mas mesmo que o tema fossem as praxes, o impacto não seria o mesmo se não fosse um programa feito ao vivo com intervenções da assistência (as autorizadas pela apresentadora e as reações da plateia, que ontem esteve especialmente exaltada). Apesar de haver outros programas de debate no cabo, o Prós e Contras continua a ser único na televisão portuguesa por tudo aquilo que o distingue, incluíndo o estilo (tudo menos unânime) de Fátima Campos Ferreira. Isso justifica que o programa, mesmo não sendo perfeito, se mantenha no ar passados 10 anos. Espero que a busca de audiências cada vez mais visível na RTP1 não se sobreponha à obrigação do serviço público de ter espaços em que se debatam todo o tipo de assuntos relevantes, não apenas os mais polémicos e que atraem mais público (como as praxes), mas também os outros.

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