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Tudo farinha do mesmo saco

A Televisão
6 min leitura

Parece que o mês de agosto, (bendito mês de agosto, retifico) chegou e veio para arrasar. Arrasar no bom sentido para todos aqueles que usufruem das temperaturas de Verão que já se fazem notar da melhor maneira. Arrasar no mau sentido para os canais generalistas. A programação das estações televisivas tem de ser bem medida face à diminuição acentuada do número de espectadores. Até que ponto isso é conseguido? Quais as perspetivas para as audiências deste mês? É este o tema do «Falar Televisão» de hoje.

Estrear programas novos, nesta altura do ano, é um passo maioritariamente falso, numa fase em que alguns portugueses só agora vão de férias e em que os «Jogos Olímpicos» estão no auge das audiências da estação pública. Os espectadores também já andam saturados do estereótipo enfadonho que é a programação dos três canais, especialmente da SIC e da TVI que não avançam e limitam-se a uma estratégia linear dos programas semanais. Em alternativa, procuram os formatos internacionais e a ficção de qualidade realizada nos Estados Unidos, o que faz com que muitas vezes a audiência dos canais por cabo supere as dos canais generalistas.

Assim sendo, a SIC prepara-se para “reestrear” programações de “sucesso” e finalmente conseguir as audiências (há muito desejadas) dos Domingos à noite com o «Minutos Mágicos» e o «Ganha num Minuto» numa vertente especial protagonizada por caras conhecidas da televisão. Será este o trunfo ideal contra a novela «Louco Amor» da concorrência? Estarão os portugueses receptivos a programas de entretenimento face às fatigantes novelas da TVI? Sinceramente, tenho as minhas dúvidas (apesar de estar expectante com as novas temporadas). A já “recente” novela de Queluz de Baixo já conquistou muitos dos portugueses que estão “fidelizados” com a trama de Tozé Martinho e não se vão deixar influenciar tão facilmente com o canal concorrente.

A RTP ao longo do Verão irá continuar com o «Verão Total» que sempre entretém um pouco, porém, baseia-se sempre no estilo de programas que já vai para o ar há muitos anos – a típica carrinha que vai de norte a sul do país e nos permite conhecer (ou re-relembrar nas emissões do ano passado) mais sobre o nosso País e o que ele nos tem para oferecer. Mantém-se também o concurso que não encanta muita gente por mais que o Malato assim o queira. «Decisão Final» peca pelo ar antiquado e um grafismo nada apelativo. A ideia está “original” (quer dizer… de original de nada tem, visto o programa ser cópia da versão brasileira «Quem fica em pé?») mas o formato torna-se terrivelmente secante e pouco entusiasmante. Talvez um dos pontos a favor que esteja no ar na RTP1 seja a repetição da temporada de «Portugueses pelo Mundo» que dá a conhecer aos espectadores as cidades que compõem o nosso planeta. Os protagonistas são os emigrantes que servem de guia a uma viagem diferente, sem a presença de interlocutores que bombardeiam o entrevistado com perguntas. Para finalizar, o trunfo maior da estação está mesmo a ser a emissão dos «Jogos Olímpicos» que suscita a curiosidade dos amantes (e não amantes) do Desporto. Emissões e reportagens de louvar na informação da estação pública.

Restam poucas alternativas nos canais portugueses para quem prefere passar os dias em casa. Ou ainda se consegue safar com o vasto leque de programas por cabo (caso tenha acesso aos pacotes), ou limita-se ao que os canais portugueses têm para lhe oferecer. Pouco tempo falta também para a rentrées das estações que já fazem questão de publicitá-la. Veja-se o caso da “notícia de última hora” que passa dezenas de vezes, segundo a qual se noticia que Teresa Guilherme será a nova apresentadora da “Casa dos Segredos 3”. Este “novo” programa que fará parte da programação dos últimos meses do ano da TVI, apresenta-se nas condições que acima foi referido. A mesma base linear de programas… Mas a SIC também não fica de fora com a estreia de um novo programa em Setembro. «Toca a Mexer» volta a tratar a problemática da obesidade e da perda de peso, com a nuance de ser um programa de entretenimento. O lema resume-se ao mesmo – mais uma versão “idêntica” das duas temporadas de «Peso Pesado» com as únicas diferenças de ser um programa em direto, cómico e não serem vigiados 24horas numa herdade. É mesmo caso para dizer que é “tudo farinha do mesmo saco”… Resta saber, até quando?

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