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«Reality-show» eleitoral

A Televisão
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A última noite eleitoral (a primeira da «era GfK») foi da TVI. Ganhou a mais fraca e menos completa (mais resumida, se quiserem) das coberturas destas Autárquicas. Sim, eu sei que a cobertura da TVI foi «transferida» para o canal informativo a partir das 22h. E é precisamente isso que ponho em causa.

Já há algum tempo que se soube que a TVI iria antecipar o regresso de Secret Story para coincidir com o dia das eleições. Que não haja dúvidas, a estratégia venceu em toda a linha: com Somos Portugal, o especial Autárquicas e a estreia da 4ª edição da Casa dos Segredos, a TVI cilindrou a concorrência e levou a SIC ao seu pior resultado de sempre desde a entrada em funções da GfK. Até aqui, saldo mais que positivo.

Mas estas operações especiais são sempre momentos em que a informação de um canal é posta à prova. Por muito expressiva que a liderança nas audiências tenha sido, a TVI deu um sinal claro ao público: está disposta a reduzir e a pôr em segundo plano a cobertura de um acontecimento nacional como as Autárquicas para estrear um reality-show. Não é algo de que um canal possa ter grande orgulho, ainda para mais quando andou a tentar mudar a imagem que os portugueses tinham da sua informação.

Também a SIC reduziu a sua emissão, mas Cante se Puder começou às 22:45. Já a RTP1, cumprindo o seu papel, prolongou a emissão até ao momento em que os resultados estavam já quase todos definidos. A emissão da TVI teve as suas virtudes (além do comentário habitual de Marcelo Rebelo de Sousa, foi a única a ter um painel com todos os partidos). Mas uma emissão que começa sem nenhuma sondagem, e que tem uma duração semelhante à de um Jornal das 8 em dias normais, é pobre. E se calhar foi por isso que foi a eleita. Quanto menos conteúdo, melhor. Na televisão, como na política.

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