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Quais são os limites da (in)decência?

Diana Casanova
2 min leitura

Falartelevisãodestaque

Ontem estreou a segunda edição de Casa dos Segredos – Desafio Final. Com uma audiência avassaladora, deixa transparecer, sem qualquer equívoco, que aquele é o formato de entretenimento de eleição dos portugueses. É legítimo que assim seja. Gostos não se discutem e o resto é conversa. O que me espanta é o preço que aqueles participantes se predispõem a pagar para terem os seus minutos de fama.

Na Casa entraram ontem alguns dos mais polémicos participantes do formato, movidos por uma sede insaciável de fama de curto-prazo e talvez por tão pouco amor próprio acabam por aceitar serem humilhados, com rejeições, discussões lamentáveis, etc, tudo em direto e para que todos possam aceder à sua intimidade.

Também têm o direito de quererem alcançar a fama. A vida é deles, claramente. Se os seus objetivos passam por estar um ano a fazer presenças em discotecas da província e alguns meses a ver as suas vidas devassadas pela imprensa e durante o período em que concorrem a estes reality shows, que o seja.

Acho, no entanto, lamentável que estes sejam usados de uma forma que se revela avessa aos limites da decência, da dignidade humana. Será que eles não sentem vergonha de estar assim, frente a mais de dois milhões de portugueses, a debater a sua vida sentimental, sexual, familiar, no fim de contas, as suas histórias mais íntimas? Pelos vistos não, pois, afinal de contas, há algo que é certo: os limites da decência são aqueles que os intervenientes deixarem alcançar. E, atualmente, estão a ser alargados cada vez mais por culpa dos intervenientes, fundamentalmente.

Que 2014 lhes traga os objetivos por que tanto lutam, a TVI, essa, continuará a alcançar os seus.

Redatora e cronista