A crónica de hoje prende-se com um post que Rui Pêgo, filho de Júlia Pinheiro, terá deixado ontem no seu Facebook. Na mensagem faz referência à entrevista que a “Querida Júlia” realizou a Maria Elisa, a propósito do seu novo livro, que fala sobre a morte da mãe.
E eu não podia estar mais de acordo, quando o jovem disse que «mas não será o Daytime – programas da manhã e da tarde – dos poucos sítios onde ainda há tempo para conversar em televisão? Eu sei que muitas vezes resvala para o crime de algibeira ou para notícias escabrosas, mas e quando há isto?». Se pensarmos bem, até é capaz de ser verdade. Estes “programazinhos”, que possuem o rótulo de “só as senhoras de idade, que não têm nada para fazer, é que assistem” e “não têm conteúdo, são massudos e já enjoam”… são totalmente imprescindíveis na nossa televisão. É no «Boa Tarde», no «Você na TV!» e tantos outros que ainda se perde tempo em Portugal para conversar com as pessoas.
A maioria dos conteúdos nestes programas de daytime são muito puxados para o “pesado”, repletos de histórias macabras, problemas de saúde, problemas familiares, crimes impensáveis. E se há coisa que os portugueses não estão a precisar no atual panorama é disso mesmo. Contudo, faz falta programas destes, que incentivem à conversa, que saibam ouvir as pessoas, que animem quem está lá em casa a ver, que tragam tanto conteúdos bons como menos bons. O principal é que nunca se esqueçam de ouvir as pessoas.
