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O mundo ficou curto e ao contrário

A Televisão
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A crise, e não só, é a desculpa mais ouvida para o alargamento dos episódios das novelas portuguesas. Compreende-se. É mais barato produzir duas novelas por ano do que três ou quatro. Pois bem, é mais barato mas, em muitos dos casos, afeta a qualidade e a criatividade da novela.

Ao que parece, a TVI percebeu isso e encurtou dois meses de gravações de Mundo ao Contrário. A estação revelou ainda que, no futuro, o seu interesse é criar «histórias mais curtas», sem o tradicional «enche chouriços». A meu ver, é uma ótima decisão. No total, a novela escrita por João Matos terá 125 episódios. É pouco, na verdade. No entanto, mais vale uma novela curta cheia de ritmo e ação do que uma produção com quase 300 episódios recheada de «enche chouriços». Resta saber se, consoante o sucesso, a TVI resiste à tentação de alargar a novela para fazer render o máximo de tempo possível. É  preferível uma novela curta e com sucesso do princípio ao fim do que uma novela longa em que o seu final é determinado pelos resultados obtidos.

O ideal seria estabelecer um modelo – talvez entre os 150 e 170 episódios, digo eu – de forma a preparar os autores para as suas produções. Na verdade, são eles que dedicam toda a sua criatividade e imaginação para criar todas as situações que chegam a casa do espectador.

Peguemos num exemplo significativo: a TV Globo ultimamente tem gravado novelas curtas, ultrapassando, apenas, em algumas situações, os 200 episódios. Avenida Brasil, a novela de grande sucesso da estação brasileira – considerada a melhor do século – não chegou sequer aos 200 episódios. É esta gestão e maturidade que nós temos que adoptar para conseguir fazer um produto com qualidade e trazer para Portugal mais prémios internacionais.

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