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O gosto do público

A Televisão
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Falar Televisão

Há um ano e uns meses atrás ambos os canais privados emitiam talent shows. A TVI usou e «abusou», devido aos ótimos resultados, de A Tua Cara Não Me É Estranha – de janeiro a julho – apresentado por Cristina Ferreira e Manuel Luís Goucha. Já a SIC exibiu mais uma edição de Ídolos conduzida por João Manzarra e Cláudia Vieira.

Na altura, o programa de talentos da estação de Carnaxide perdia domingo após domingo para o formato de imitações, com concorrentes famosos, da TVI. Colocaram em causa o facto do Ídolos ter concorrentes anónimos e, como tal, o espectador perdia o interesse em acompanhar o formato, optando pela concorrência. Falou-se, também, do cansaço do público em talent shows e preferir ver caras conhecidas em diversas situações, como cantar, imitar outro indivíduo etc. Na verdade, estes fatores não contribuíram diretamente para os resultados obtidos.

No decorrer do ano de 2013 as estações privadas têm apostado em formatos de grande entretenimento apenas com famosos – vejamos o caso, por exemplo, de Vale Tudo e Spash! Celebridades, SIC, ou Big Brother VIP e Dança Com as Estrelas, TVI. Com um ano recheado de «programas VIP’s», os canais foram quase obrigados a apostar em «novas» fórmulas, voltando a apostar em concorrentes anónimos. Chegaram então a Casa dos Segredos 4, reality show da TVI e Factor X, talent show da SIC.

Assim que Factor X, conduzido nesta fase apenas por João Manzarra, estreou agarrou logo a liderança. A questão surge novamente: o público não estava farto de talent shows? Ou será que está cansado de reality shows e isso ajuda o formato da SIC? Na minha opinião, o que tem feito Factor X liderar é, claramente, um certo cansaço do público em acompanhar reality shows. Por outro lado, este formato produzido pela FremantleMedia tem um lado mais juvenil que, provavelmente, acompanhou as edições anteriores de reality shows. É um programa para todas as idades, descontraído. Também puxa às emoções devido às histórias de vida dos concorrentes – aquela parte comum do «os meus pais não têm orgulho em mim» -, o júri causa alguma polémica e também momentos de humor. Todos estes ingredientes fazem com que Factor X consiga liderar.

Esta foi, de certo, uma ótima aposta da SIC para combater o programa de grande entretenimento da TVI, pois (ainda) não caiu no erro de «atacar» com um programa semelhante mas arranjar, no entanto, boas alternativas que consigam atrair o público.

De relembrar que Teresa Guilherme, ainda antes de Secret Story 4 estrear desvalorizou Factor X por ser um programa de talentos, alegando que o público português estava saturado do mesmo. Parece que o feitiço virou-se contra o feiticeiro. Neste caso, o gosto do público virou-se contra a apresentadora.

Até quarta!

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