O fim dos ciclos

Ultimamente temos vindo a assistir a alguns ciclos no que às audiências diz respeito. Após uma longa temporada a liderar, incontestavelmente, a TVI perdeu a sua liderança em horário nobre para a SIC. Esta foi a primeira prova de que um clico teria terminado.

A estação de Carnaxide juntou no prime time as melhores novelas – Dancin’ Days, Gabriela e Avenida Brasil, a título de exemplo. O público aprovou, logo, conseguiu registar audiências estrondosas para o canal. Por outro lado a TVI tentava lutar com Secret Story 3, Destinos Cruzados, Louco Amor, entre outras produções, mas sem sucesso. Falou-se na «crise» na ficção da TVI. Pois bem, parece que não é bem assim. Belmonte, após a última semana de Dancin’ Days tem conseguido ficar à frente da principal concorrência, Sol de Inverno, SIC. Será que isto é mais um ciclo? Talvez sim, talvez não. A novela protagonizada por Maria João Luís e Rita Blanco também dá sinais de vida liderando uma vez ou outra.

Eis a grande questão: será que o público deixou de ter hábitos de consumo e passou a ver o que realmente gosta e o que o cativa? Para mim, a resposta é sim! Neste momento, à distância de um clique vemos o que queremos. O que deu ontem, há dois ou três dias. Os espectadores escolhem cada vez mais o que querem ver e não vêem por ser este ou aquele canal. O que realmente interessa é o produto! Claro que falo apenas nos horários de maior afluência, o horário nobre.

Já o day time, sendo um público mais velho, mais caseiro ainda há um certo hábito e uma certa tendência em não mexer no que se vê há muito tempo. É uma característica do público e também da programação porque é tudo «igual» só muda o cenário, o apresentador, o canal e, por vezes, os assuntos tratados.

Posto isto, as estações de televisão devem apostar cada vez mais em produtos fortes, que cativem realmente o espectador de forma a ganharem esta luta de audiências. Pois audiências gera publicidade que leva ao dinheiro para fazer mais e melhor. É tudo uma máquina em que nesta sociedade tão rápida e que tudo passa a correr, deixou de estar viciada.